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Uma equipa de investigadores italianos atribuiu ao pintor renascentista Leonardo Da Vinci (1452-1519) um esboço recém-descoberto que retrata Jesus Cristo, avança esta semana o jornal britânico The Telegraph.
A obra, feita com giz vermelho, foi mantida durante anos em segredo numa coleção particular guardada num banco na região italiana da Lombardia.
De acordo com os especialistas ouvidos pelo jornal britânico, o esboço retrata Jesus Cristo com um olhar ao estilo de Mona Lisa, uma das obras mais emblemáticas de Da Vinci, tendo também semelhanças “impressionantes” com outras obras do mestre italiano.
Annalisa Di Maria, uma historiadora de arte italiana que estudou o esboço recém-descoberto, disse que a pose, a perspetiva e o estilo parecem ter o cunho de Da Vinci.
“A representação da barba é praticamente a mesma dos autorretratos de Leonardo [Da Vinci] (…) É uma pintura em giz vermelho, muito utilizado pelo pintor, inclusive nos esboços da Última Ceia”, afirmou a especialista.
Testes de laboratório preliminares já determinaram que o papel onde o esboço foi criado data do início do século XVI, mas a obra passará agora por uma série de testes mais completos e rigorosos para determinar com precisão a sua autenticidade.
“É um trabalho extraordinariamente belo e refinado e estou absolutamente convencida de que é um esboço de Leonardo da Vinci”, rematou Annalisa Di Maria.
Martin Kemp, professor de história de arte na Universidade de Oxford, no Reino Unido, mostra-se um pouco mais cauteloso na atribuição da obra.
“Não descartaria imediatamente [a atribuição da obra a Da Vinci], mas não posso simplesmente fazê-lo sem ver o esboço e as evidências científicas. Precisaria de confinar se foi desenhado com a mão esquerda. Leonardo desenhou tudo com a mão esquerda”.
Kemp não descarta também que o esboço possa ter pertencido a um dos “pupilos” do pintor italiano. “Há uma grande quantidade de pinturas de Cristo e de Salvator Mundi que foram produzidas pelos seguidores de Leonardo”, recordou.
O esboço pertence a uma dupla de colecionadores da Lecco, uma cidade no norte de Itália, não sendo claro onde é que a obra foi guardada durante todos estes séculos antes de ter sido encontrada no banco pela equipa de investigadores.
Os especialistas devem entretanto apresentar um estudo de 60 páginas sobre a descoberta numa conferência de imprensa a decorrer em Florença, cuja data de realização depende diretamente da evolução da pandemia de covid-19 no país.
muito semelhante ao rosto da Mona-lisa.