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Era para ser a “Hollywood europeia” no Algarve, mas acabou em burla de 4,6 milhões

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SXC

Começou por ser um mega-projecto com a participação do actor Joaquim de Almeida, mas a “Cidade do Cinema” de Portimão terminou numa imensa burla de 4,6 milhões de euros, alegadamente desviados da Câmara de Portimão.

O caso é revelado pela revista Sábado, que realça que o projecto da “Cidade do Cinema” nunca passou disso mesmo, dos planos e dos estudos, mas que teve um elevado custo para os cofres da autarquia de Portimão.

A publicação atesta que o projecto redundou num “esquema mirabolante de burla que provocou mais de quatro milhões de euros de prejuízo” à Câmara.

No processo que decorre no Tribunal Central de Instrução Criminal, vai ainda decidir-se se vários antigos responsáveis da autarquia de Portimão serão acusados pelo desvio de 4,6 milhões de euros dos cofres públicos.

Esse dinheiro tinha por fim financiar a “Cidade do Cinema”, um projecto nascido numa associação sem fins lucrativos, a Algarve Film Commission, com a participação do actor Joaquim de Almeida.

A autarquia, através da empresa municipal Portimão Turis (entretanto, integrada na Portimão Urbis), assumiu o projecto, mas este nunca saiu do papel.

Para o Ministério Público, o homem no centro desta alegada burla é o ex-vice-presidente da Câmara, Luís Carito, que detinha os pelouros da Economia, das Finanças e do Turismo, além de presidir também ao Conselho de Administração da Portimão Turis e à comissão Executiva da Portimão Urbis.

Carito, que é médico e socialista, terá engolido um papel que foi encontrado nas buscas na sua casa e que teria “informação relevante” para o processo, relata a Sábado.

Hollywood à portuguesa no Algarve

A ideia da “Cidade do Cinema” era criar uma espécie de Hollywood à portuguesa no Algarve, com condições para receber cineastas portugueses e estrangeiros para aí realizarem os seus filmes.

Em 2009, quando o projecto foi anunciado, chegou a especular-se que o próximo filme do mais famoso espião do mundo, o 007, seria realizado nesta “Hollywood europeia”.

O projecto intitulado “Picture Portugal” chegou a ser apresentado durante o Festival de Cannes de 2009 com a presença de Joaquim de Almeida e a intervenção de Luís Carito.

Falava-se de um investimento de três mil milhões de euros para a criação de onze estúdios de cinema e de sete mil postos de trabalho e que deveria começar a funcionar em 2011. Ninguém adiantou de onde viria o dinheiro, mas especulou-se sobre um apoio da Universal Studios e da CBS Paramount, grandes estúdios de cinema norte-americanos.

Luís Carito dizia, na altura, que o projecto seria financiado com investimento privado português e estrangeiro, com a Câmara de Portimão a surgir “como sócio minoritário” no projecto. Mas, na verdade, quem desembolsou a totalidade do dinheiro gasto no projecto que nunca viu a luz do dia foi a autarquia.

ZAP //

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13 Comments

      • O Vitor ao incluir “somos” referiu-se ao português como um todo e não a partes isoladas nem à ética e consequente moral de cada um de nós como individuais, amigo. De facto, para um país tão pequeno, com uma minoria de habitantes (na sua maioria idosos), existe demasiada corrupção; e isto já não parece tanto ser uma escolha, mas cultura natural e inata para a vigarice, e, a consequente leviandade na punição acaricia um carácter “genético” difícil de controlar. Mas refere-se a um todo, ao português como nação e não ao “português” sujeito como eu e você, os quais temos todas as condições, conforme a nossa vontade e necessidade, de ser correctos.

  1. Não posso dizer que foi uma ciganada porque
    1 – Pode ser considerado comentário racista
    2 – Os ciganos não engolem papéis
    3 – Ciganos são gente séria comparada com esta

    Resumindo e concluindo:
    Foi mais uma prática socialista

  2. Isto é uma tristeza. Portugal é um lugar espectacular mas péssimamente frequentado. Eu que sou profissional de audiovisual e cinema há 18 anos e que até iniciei um mestrado em Portugal, desde sempre percebi que em Portugal o meio do cinema (como de resto todo o meio artístico) é só pavões, medíocres e egos inchados. Até temos alguns bons valores mas, como temos um mercado minúsculo que ainda por cima detesta o seu produto nacional, depois são sete mil cães a um osso… Uma cambada de subsidio-dependentes a ver quem rouba mais. Num meio já tão medíocre, o verdadeiro talento ainda está na falcatrua e na trafulhice.

    O Audiovisual é uma máfia em Portugal… Além de que não valem um peido furado, mas depois não há puto nenhum com uma DSLR na mão que não se auto-entitule “produtor-realizador” ou “filmmaker”. Acontece que o Tuga tem uma mentalidade que não se coaduna com trabalhar a sério nesta área. São todos muita bons!.. Uns egomaníacos sem um pingo de humildade, mas resultados… Está à vista. É só ouvir falar dos fantásticos cineastas portugueses por esse mundo fora! São um talento mundial, realmente!..

    Enfim… Continuem a manchar o prestígio internacional do meio do cinema em Portugal desta maneira, que fazem bem!.. Bem fiz eu em me vir embora, estudar e trabalhar para um país onde se trabalha a sério na área, mas com seriedade, respeito e humildade. Os pavões ficaram pra trás a fazer destas, lol…

  3. Alguém preso? No nosso país só prende o pequeno, o grande rouba à descarada e ainda pede indminização! O “papa papéis” como o chamamos aqui é médico e está a trabalhar como tal no hospital… nesta terra não se prende ninguém “dessa gente”. Só se trama o pobre!

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