Entrevista a Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, que explica porque só fecham as urgências dedicadas a mães e crianças. “Gravíssimo”.
O Verão vai a meio e a situação no Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltou a agravar-se: ainda no fim-de-semana passado fecharam 11 serviços de urgência no sábado, 13 no domingo. Todos de obstetrícia/ginecologia ou pediatria.
Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), explica porque isso acontece, fala nas negociações que tem havido com o Governo e deixa alerta sobre o futuro próximo.
Nesta conversa com o ZAP, Joana não hesita no momento de apontar responsabilidades por esta situação preocupante.
ZAP – Primeiro, o contexto. Temos quatro tipos de urgência: geral, serviço de urgência básica, obstetrícia/ginecologia (que podem estar separadas) e pediatria. Certo?
Joana Bordalo e Sá – Isto funciona assim: um serviço de urgência é um serviço de urgência. E depois pode ter várias valências. Os serviços de urgência ginecologia/obstetrícia e pediatria podem ser completamente separados, até fisicamente, mas essa não é a realidade na maior parte dos sítios.
ZAP – Porque só fecharam as urgências de ginecologia/obstetrícia e pediatria? Em mais de 150, no total.
Joana – Todos os serviços de urgência estão carentes de médicos. Mas os que mais faltam são pediatras e obstetras. Como não há médicos suficientes para garantir uma escala de urgência (e isso não acontece porque o Ministério da Saúde não quer, porque nada fez para que haja mais médicos), os serviços fecham. Se não há médicos, não pode estar aberto.
ZAP – O Nuno Rodrigues, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, queixa-se que os médicos foram deixados para trás, quando são a classe profissional da Função Pública que trabalha 40 horas por semana. O que isso quer dizer?
Joana – Não são só os médicos que são deixados para trás. É um pouco transversal a toda a administração pública. Os médicos em particular porque somos a classe profissional que teve maior perda do poder de compra na última década e não vimos nenhuma reposição que contrabalançasse isto de forma séria, até agora. Mas respondendo: primeiro, não se conseguiu nenhum bom acordo para os médicos em 2024. Segundo, não está a haver negociação séria e competente. Por isso é que a FNAM tem estado em luta – e provavelmente vamos ter que escalar mais esta luta.
ZAP – Não há negociação séria sobre o quê?
Joana – Sobre a questão salarial. Não é o mais importante, mas é um aspecto extremamente importante. Continuamos a ser dos médicos mais mal pagos na União Europeia. Com salários baixíssimos, e com a perda de compra de 18% na última década, os médicos saem do SNS. E o Ministério da Saúde não quer negociar: propôs discutir grelhas salariais só a partir de 2025. A FNAM não aceita isto, temos que começar a negociar já, fechar o assunto até Setembro, para termos novos salários em Janeiro.
ZAP – O Governo diz que só se pode discutir salários a partir de 2025 – alega o quê?
Joana – Dizem que não podem. Mas a verdade é que não há vontade política.
ZAP – Não podem… em termos financeiros?
Joana – Dizem que é uma linha vermelha que não podem passar. E lembramos que há muitas outras coisas a discutir: jornada de trabalho semanal, porque somos os únicos da administração pública que trabalhamos 40 horas por semana; ou médicos internos que estão fora da carreira, para estarem mais protegidos – seria uma medida com zero impacto orçamental, mas o Ministério foi completamente inflexível, intransigente. Sobre pontos fundamentais para fixar médicos e melhorar condições de trabalho, o Ministério de Ana Paula Martins foi completamente intransigente e inflexível.
ZAP – A FNAM sente algum desequilíbrio perante os acordos conseguidos com professores, forças de segurança ou guardas prisionais?
Joana – Acho que os vários ministérios estão em falta com todos os sectores. Aqui a questão é que, em termos de salário-base para os médicos, não vemos nada a acontecer. Isso é um facto. Para termos os médicos no quadro, não queremos andar aqui a discutir suplementos, suplementinhos e horas extraordinárias; queremos discutir o salário-base e isso é uma grande diferença.
ZAP – Nos últimos dias ouvimos declarações sobre médicos que não se arriscam a trabalhar nestas condições, sobre “tragédia para as utentes”, expressões como “descalabro”, ou “foi por milagre que ainda não aconteceu nada”. Tivemos ainda ontem (segunda-feira) a situação do aborto no hospital das Caldas da Rainha. A Ordem dos Enfermeiros fala em “grave situação” dos serviços de urgência de obstetrícia. Isto é mesmo assim? Há uma situação séria e perto do drama? O que pode acontecer?
Joana – É uma situação gravíssima. Podem acontecer mortes de grávidas, de bebés, de crianças, por não conseguirem chegar ao serviço de urgência a tempo e horas. O que está a acontecer é absolutamente inaceitável. As grávidas e os seus bebés estão em risco. Sobretudo se forem das regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Leiria e Caldas da Rainha, Viseu, Chaves… Porque não têm atendimento urgente no SNS, têm de andar centenas de quilómetros. Nunca se chegou a este ponto. E, se acontecer alguma tragédia, alguma morte, a alguma grávida ou a algum bebé, a responsabilidade é inteiramente deste Ministério de Ana Paula Martins, que nada faz para contrariar isto, que não tem competência para garantir mais médicos no SNS. Isto é nu e cru.
ZAP – A FNAM está confiante que algo vai mudar em breve? Realisticamente.
Joana – Hum… Nós entendemos que, mais do que nunca, precisamos de um Ministério da Saúde que perceba de saúde, e de um ministro ou ministra que sirva o SNS. Esta situação é insustentável e não pode continuar.
Pois é, doutora… E a culpa é só dos ministros? Duvido.
Joana Bordalo e Sá, a bloquista a atuar dentro do SNS. Atacava fortemente Costa, agora ataca este governo. É o que se chama fazer política em serviço. Uma rebelde destas, era indemnizá-la e escorraçá-la do SNS.
O cansaço dos médicos passa com mais dinheiro. Estranho cansaço este…
Os medicos sao assassinos e a prova está à vista de todos! So querem dinheiro e o povo q morra! Têm de ser substituídos! Não podemos deixar de dizer que professores, médicos, policias, jurista,..sao todos amigos sondo dinheiro + chegou a altura de acabar com tudo! Rua ja! Este governo tem de cair!
Esta frase diz tudo: “Continuamos a ser dos médicos mais mal pagos na União Europeia.”
E que tal perguntar a Sra. Joana Bordalo e Sá se esta afirmação também não é correcta: “Os portugueses continuam a ser os mais mal pagos da União Europeia.”
Não podem médicos quererem ganhar tanto como os médicos de outro país da UE, se o salário mínimo nacional não se equipara ao de outro país da UE: ponto! Os médicos perderam poder de compra? E a maioria dos portugueses também não perderam? Mas de certo que os médicos ainda conseguem manter o seu estilo de vida, enquanto a maioria dos portugueses não… Um tiro no pé dos anteriores governos: funcionários públicos com 35 horas semanais, quando numa Alemanha (que é economicamente mais saudável que Portugal), a média de horas semanais de um funcionário público é de 41 horas!!! Depois ficamos todos indignados com frases de políticos de outros países da UE quando dizem que Portugal é só p*tas e vinho verde… com “bons” exemplos destes, estamos à espera de quê? Isto tem que levar uma reviravolta, porque metade da riqueza do mundo está apenas em 1% da população mundial… algo está errado! MUITO ERRADO!
Sinceramente os médicos fizeram a cama que quiseram!!! Agora que a coisa nao está do acordo deles já estão chateados? 18% de poder numa década nao é nada o resto da população perdeu muito mais que isso em 3 anos….
Mas concordo que o governo tem de trabalhar com o sns para resolver isto oi em breve vai ter um problema bem maior!!! Já não existe segurança, agora não há saude, em breve não há politicos…. Afinal de contas para que os queremos se não fazem
Nada não resolvem nada, e prometem tudo!!!!
Basta entender o que o Ministério da Saúde exige a un Utente con un problema Urgente ! . …. Para ser atendido no SNS , tem de fazer un requerimento por telefone para ser atendido a X Quilómetros da sua Residência . Se lá chegar vivo , será talvez atendido ! . Mas enfim , se tiver meios Económicos o Privado perto da sua Residência acolhe-o de braços abertos !
Esta drª quer aumentos de salários e redução de horário para as 35 horas para miraculosamente solucionar a falta de médicos. das duas uma ou ela sabe perfeitamente da ineficiência e falta de produtividade que existe no SNS e que com menos horas conseguem produzir o mesmo, ou então vive noutro planeta e quer trabalhar pouco ou nada e ganhar muito, acreditando que o dinheiro cai das árvores a semelhança dos seus camaradas da extrema esquerda.
Acabemos com os Médicos e Viva a saúde! Já os nossos antepassados sobreviveram à base de rezas e cházinhos. Abaixo os Médicos! PUM!
Certamente que há aqui pessoal a mandar bitaites que nunca investiu em Estudos Superiores (por não poder, ou não saber, não importa) que adoraria um governo tipo Cubano onde os Médicos em vez de ser Médicos estariam melhor a ser condutores UBER… (E os condutores UBER a ser médicos… certamente) Viva Cuba! Viva Nicolas Maduro, Viva Portugal! 🙁
Os Médicos encheram o saco de pedir melhores condições de trabalho e de trabalhar “para aquecer”. Agora querem melhores condições de trabalho (para o bem de todos nós) e salários condignos.
O dinheirito faz muita falta aos SottoMayor, aos Sócrates, àqueles da Madeira que, coitaditos, só têm uma garagem para dormir, e cujas acusações já vão prescrever prá semana. Pois, é para esses que o dinheiro cai das árvores. Para os trabalhadores nem por isso!
É tempo de acabar com a limitação de vagas de acesso a Medicina.
A Ordem dos Médicos e os médicos querem ser poucos para se sentir a sua necessidade e fazerem chantagem sobre os Governos.
Havendo aumento de vencimentos, já se ultrapassam as dificuldades que os médicos dizem ter no exercício da sua profissão.
Basta de mercantilizar a Medicina. Já não posso ouvir a Sr.ª Bordalo. Não perca tempo com tretas, que os Portugueses já sabem o que quer: mais dinheiro no vencimento. Tenham vergonha com as reivindicações que fazem e trabalhem em prol dos Portugueses.
Somos nós, Portugueses, que pagamos com os nossos impostos a formação da generalidade dos médicos.
Esta Sra. só fala de aumento de renumerações e diminuição das horas de trabalho. Sem discordar que todas as pessoas gostavam de ganhar mais e trabalhar menos, pelo menos que indique reformas para que isso seja possível sem diminuir o vencimentos de todos os outros trabalhadores para que eles possam receber mais.
Tentar ser breve, não há falta de médicos “Há sim quem só olha para o seu umbigo” .Ganham bem e não os tratem como pessoas iguais, seres superiores, caladinhos senão não vou salvo. Já agora srs: Doutores como é que vocês sem as pessoas que fabricam sanita se serviam? como é que tinham casa (CASARÕES) se não fossem os trolhas, onde se sentavam se não fosse os carpinteiros, como é que têm carro se não fosse torneiros, fresadores etc. etc. etc., ou seja só são importantes porque lhes deram dinheiro a mais para só trabalharem quando querem, onde está o sentido de responsabilidade que eles escolheram, profissionalismo que algumas vezes somos testemunhas de desgraças nos hospitais, como nos filmes, na vez de operarem a direita arranca-lhe a esquerda. Cansados de quê, vou ao hospital tudo sossegadinho(consultas) na boa, comparam-se com os países europeus +ricos, comparem com os outros mais pobres, comparem as rendas de cá com as de lá, ganham mais , mas gastam mais, senão saia tudo de Portugal, Espanha, croácia, polonia e estávamos todos na Alemanha, ou outro.
SRS:DOUTORES convido-vos a mudar de profissão se não gostam, podem ser carpinteiros, trollas, torneiros, é só querem, então como ficamos? há eu quero ser médico e ninguém manda e mim e faço o que quero… não é bem assim se o governo quiser pode colocar lei marcial, que já era o que vos devia fazer há muito tempo, portanto vão trabalhar como os outros e calem-se, pois são igual aos outros. Quem lhes constroi uma casa é responsavel pelo trabalho que fez, então os doutores também têm que ser, ou é só para uns e os outros?