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A Alphabet ia gerar energia com papagaios eólicos. Mas desistiu

A Alphabet, empresa-mãe da Google, tinha comprado o projeto de papagaios eólicos Makani em 2013, mas anunciou recentemente que vai desistir.

O objetivo do projeto era desenvolver um sistema de turbinas eólicas fixas numa asa metálica que, tal como um papagaio de papel, ficavam ancoradas a uma estação terrestre. No caso particular da Makani, essa estação seria uma boia em alto mar, eliminando assim a necessidade de construir estruturas permanentes e mais caras.

O projeto fez parte do X, o laboratório de incubação do Google, durante seis anos. Os papagaios realizaram o primeiro voo piloto na costa da Noruega, em agosto do ano passado.

Agora, a Alphabet desistiu do projeto, sendo esta a primeira desistência da empresa desde que os fundadores Larry Page e Sergey Bin se afastaram da liderança da empresa em dezembro.

O anúncio da desistência surge também semanas depois de o atual presidente executivo da Alphabet e da Google, Sundar Pichai, dizer à Fortune que queria “mais disciplina” no setor de “outras apostas” do Google. “Acho que com as ‘outras apostas’ estamos claramente numa fase em que, embora mantenhamos uma visão a longo prazo, queremos combinar isso com a disciplina de garantir que as apostas estão a correr bem.”

“Apesar do progresso técnico forte, o caminho para a comercialização é mais demorado e mais arriscado do que o esperado e, por isso, o tempo da Makani na Alphabet está a chegar ao fim”, justificou o presidente executivo da Makani, Fort Felker, em comunicado, citado pelo Tech Crunch.

“Apesar de ser tentador dizer que todas as ideias relacionadas com o clima merecem investimento, manter os olhos claros e direcionar recursos para as oportunidades em que achamos que podemos ter um maior impacto não são apenas bons negócios; é essencial quando se trata de um problema tão urgente quanto a crise climática”, acrescentou Teller.

No entanto, o fim do apoio da Alphabet não dita, para já, o fim da Makani. Este projeto é fruto do sonho de um grupo de praticantes de kitesurf de obter mais energia a partir do vento. Desta forma, a empresa espera continuar a receber o apoio da multinacional Shell, um dos atuais parceiros do projeto.

Os papagaios eólicos da Makani voam a cerca de 300 metros da superfície da água, ancorados por boias, com o objetivo de criar uma forma de obter energia eólica em zonas onde a profundidade do oceano é elevada, mas o vento é mais forte.

ZAP //

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