Energia e combustíveis absorvem 17% do orçamento dos mais pobres

Os gastos com a luz, o gás, os combustíveis e outros produtos energéticos absorvem 16,7% do orçamento das famílias que compõem a fatia dos 10% mais pobres da população, um esforço superior ao da franja dos 10% mais ricos, cujos encargos com a energia representam 9,2% do orçamento.

De acordo com um estudo recentemente divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a diferença é a segunda maior entre 25 países europeus. O artigo inclui uma análise à realidade em maio, assumindo o impacto da subida dos preços da energia na Europa, apontou o Público, que cita a análise.

Dos 25 países analisados, o Reino Unido é aquele onde a disparidade é a maior, sendo a diferença é de 11,7 pontos percentuais: 10% da população com menores rendimentos gastam 17,8% do orçamento familiar em energia e os 10% mais ricos gastam 6,1%, notou o Guardian. Portugal surge imediatamente a seguir.

Em termos médios, as famílias portuguesas gastam 13,1% do orçamento em energia, com Portugal a surgir em quinto lugar na lista, depois da República Checa (16,1%), da Croácia (14,3%), da Eslováquia (14%) e da Hungria (13,2%). No conjunto dos países europeus analisados, o peso médio dos encargos energéticos está nos 10,7%.

Como gastos em energia, o FMI contabiliza as despesas com eletricidade, gás natural, gasolina, gasóleo, GPL, carvão, petróleo e querosene.

A nível europeu, Portugal é também um dos países onde o esforço das famílias de menores rendimentos é mais significativo, aparecendo no terceiro pior lugar, só ficando à frente da República Checa e do Reino Unido.

No gás natural, as famílias mais pobres gastam, em média, mais em relação ao consumo total do que as famílias mais ricas “na maioria dos países – com algumas exceções como a Bulgária, a Hungria, a Lituânia e a Roménia”, aponta o estudo.

Ao nível dos combustíveis, os agregados familiares mais ricos de vários países “gastam mais em combustíveis para transportes (em percentagem do consumo total) do que os agregados familiares mais pobres”.

Segundo a análise, nos agregados familiares de rendimentos baixos que têm carro, “as despesas de combustível podem representar uma grande parte do consumo total”, com o peso a variar consoante vivam num meio urbano ou em contexto rural.

ZAP //

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