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Encontrado gafanhoto com 128 anos escondido num quadro de Van Gogh

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Vincent van Gogh (1853–1890)

“Olive Trees” de Van Gogh, 1889

Uma conservadora de um museu fez uma descoberta surpreendente num quadro de Vincent Van Gogh, pintado há 128 anos: deparou-se com um gafanhoto embutido na tinta.

A descoberta aconteceu quando a especialista Mary Schafer, do Museu de Arte Nelson-Atkins, em Kansas City, nos EUA, examinava a pintura “Olive Trees” (Oliveiras) de Van Gogh.

O objectivo da conservadora era explorar o processo de criação do pintor holandês. Mas eis que aconteceu a descoberta surpreendente: um gafanhoto embutido na tinta.

“Estava a observar a obra com o microscópio e deparei-me com o corpo minúsculo de um gafanhoto a meio da pintura, preso ali desde 1889″, salienta a conservadora, citada pela BBC.

“Isto diz-nos que Van Gogh estava a pintar ao ar livre e imaginámo-lo a lutar com os elementos, lidando com o vento, os insectos, e depois transportando a pintura molhada do campo para o seu estúdio”, explica a especialista.

A conservadora está habituada a encontrar areia, em quadros com cenas de praia, e restos de plantas, em pinturas que retratam florestas. E por isso, inicialmente, pensou que era “a impressão de uma pequena folha”, refere em declarações ao Live Science. Mas tratava-se afinal de “um insecto minúsculo”.

Mary Schafer contactou o professor de paleontologia Michael Engel, da Universidade do Kansas, nos EUA, para tentar descobrir mais detalhes sobre a pintura de Van Gogh. E foi este especialista que estudou o gafanhoto, concluindo que lhe faltam o tórax e o abdómen que poderiam dar sinais sobre a sua última refeição e, logo, indícios da estação em que terá morrido.

Engel também não encontrou sinais de movimento na pintura circundante ao gafanhoto, concluindo, assim, que o insecto já estava morto, provavelmente colado ao pincel de Van Gogh, quando aderiu ao quadro, destaca a BBC.

Pintado no sanatório

Van Gogh pintou “Olive Trees” em 1889, numa altura em que estava internado no sanatório Saint-Rémy-de-Provence, a cerca de 30 quilómetros de Arlés, no sul de França.

Cerca de um ano antes, o pintor tinha cortado parte da sua orelha esquerda, após uma disputa com o artista francês Paul Gauguin, de acordo com uma das versões sobre o incidente.

Na altura, Van Gogh chegou a queixar-se do incómodo de pintar ao ar livre, em parte por causa dos insectos, numa carta enviada ao irmão mais novo, o comerciante de arte Theo van Gogh.

“Devo ter apanhado algumas centenas de moscas nas quatro telas que te estou a enviar, já para não dizer poeira e areia”, escreveu Van Gogh em 1885, segundo cita a BBC.

ZAP // BBC

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