Sun Dawu, um dos empresários mais bem sucedidos da China, corre o risco de ser condenado a 25 anos de prisão, caso seja provado que cometeu os crimes dos quais está a ser acusado.
O empresário agrícola é acusado de causar problemas e perturbar a ordem pública, mineração ilegal, usurpação de terras agrícolas do Estado, obstrução do serviço público e arrecadação ilegal de fundos, entre outras acusações, referiram os promotores de Gaobeidian, na província de Hebei, num documento ao qual o South China Morning Post teve acesso.
Também foram listadas acusações contra 19 outras pessoas que foram detidas juntamente com o milionário em novembro de 2020. A detenção deveu-se a uma disputa de terras entre o seu grupo, o Dawu Agricultural and Animal Husbandry Group, e uma quinta estatal.
Uma fonte da equipa jurídica, que pediu anonimato, afirmou que os promotores pediram que Sun fosse condenado a cerca de 25 anos de prisão. Já para o filho mais velho, Sun Meng, pediram 16 anos e para o irmão de Sun, Sun Zhihua, 11 anos.
Numa carta aberta, a equipa jurídica apelou aos promotores do Partido Comunista para reconsiderar as acusações contra Sun e os membros do seu grupo.
A carta, que foi publicada no domingo, refere que muitas das acusações contra Sun representam problemas comuns enfrentados por vários empresários privados na China, que têm de competir num “campo desigual“ contra as empresas estatais.
“Este ano marca as comemorações do centenário do Partido Comunista. O modo como este caso está a ser tratado pode refletir a forma como a liderança central vê os empresários privados”, alertam os autores da carta.
“O poder político controla a economia”
Sun Dawu, de 66 anos, fundou o Grupo Dawu em 1989 e, desde então, transformou-o num enorme império que abrange agricultura, turismo e saúde.
O bilionário construiu um império agrícola nos arredores de Pequim, que acomoda aproximadamente 9.000 funcionários e as suas famílias, onde criou uma cidade independente repleta de hospitais, escolas e um estádio desportivo – todos com o seu nome.
Atualmente, o seu império está a escapar do seu controlo, já que os seus negócios estão temporariamente nas mãos do Governo chinês.
Nos últimos quatro anos, Pequim tem vindo a controlar algumas das maiores empresas privadas do país, sobretudo quando estas se revelam muito poderosas.
“O poder político, em última análise, controla a economia”, refere Cai Xia, ex-professor da principal academia do Partido Comunista do país, que agora vive exilado nos Estados Unidos, ao NPR. “Se os empresários chineses querem ter sucesso, têm que depender do sistema construído pelo Partido Comunista Chinês”, frisou.
Os principais líderes políticos de Pequim perseguem Sun há mais de uma década e têm vindo a pedir vários conselhos ao empresário de como aumentar os impostos rurais.
Sun, que continuou a trabalhar como agricultor enquanto dirigia a empresa, defendeu sempre impostos agrícolas mais baixos e acesso facilitado ao crédito, opondo-se à urbanização em massa e apoiando os esforços de base dos agricultores para melhorar as aldeias.
A detenção de Sun culminou num desacordo sobre a quantidade de terra que o Grupo Dawu e uma vila próxima arrendavam a uma quinta estatal.
Isto é a china comunista, ou seja deixa os empresários privados criarem grandes negócios, empresas e depois prendem-nos e ficam com tudo, está feito não custa nada. não comprem made in China.
Socialismo puro e duro.