Em teletrabalho, Tiago Mayan fez campanha em Aveiro, Braga, Guimarães e até nas ilhas

Manuel de Almeida / Lusa

O candidato presidencial apoiado pela Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves

Um computador, uma mesa, uma cadeira e um painel da campanha, colocados numa sala ampla, foram o cenário em que Tiago Mayan passou o dia de teletrabalho, que acabou com declarações de apoio da Iniciativa Liberal (IL) Açores e Madeira.

Esta quinta-feira, no penúltimo dia de campanha, o candidato liberal transferiu todas as ações para o online. Com “escritório” montado numa sala de um segundo andar, com vista para o mar, Mayan foi a Aveiro, Braga, Guimarães, Açores e Madeira.

Nuno Barata, deputado eleito pela IL para a Assembleia Legislativa dos Açores, considerou que, de todos os candidatos que estão a concorrer nestas eleições presidenciais, o “Mayan é o único que não é populista, é o único que não diz o que as pessoas querem ouvir”.

Da Madeira veio a promessa de uma poncha e de um voto no domingo. Nuno Morna, vice-coordenador da IL Madeira, afirmou estar de “alma e coração” com Tiago Mayan.

“Numa eleição completamente desestruturada ter alguém que vem falar de ideias que prevalecem acima do imediatismo dos faits divers, faz com que, com toda a honra e com um enorme orgulho no próximo domingo, eu e muitos madeirenses, iremos fazer a cruzinha à frente do teu nome”, afirmou, dirigindo-se ao candidato, a quem agradeceu ainda “pela fabulosa campanha”.

Para Mayan, estes são apoios importantes até porque, reforçou, quer ser “Presidente de todos os portugueses” e, por isso, foi perentório em defender o fim do cargo Representante da República nas ilhas.

À conversa veio ainda o tema da autonomia, da qual o candidato apoiado pela IL, diz ser um “feroz defensor”, a pandemia de covid-19 e a crise económica e social que também se sente nestes territórios.

Antes de “viajar para as ilhas”, Mayan falou ainda com elementos das associações Comercial de Braga e Vimaranense de Hotelaria (Guimarães), de quem ouviu as preocupações relacionadas com os efeitos da pandemia nos negócios e as dificuldades dos empresários.

Tiago Mayan, que passou o dia apenas com um assessor, os jornalistas e em teletrabalho, comentou que esta é a forma possível de fazer campanha em consequência da pandemia e das medidas de confinamento.

“Não é a mesma coisa que estar com as pessoas presencialmente e poder interagir com elas, mas é a forma possível. Claro que, de alguma forma, eu queria estar em contacto com as pessoas e esta foi a forma possível”, frisou.

“O país não pode ser gerido em ciclos de 15 dias”

Em relação ao encerramento das escolas, anunciado na quinta-feira, Mayan disse, segundo o Observador, que esta é mais uma decisão “unilateral” que “pode ser legítima” e que quando o Governo toma estas decisões “tem de assumir a responsabilidade”.

O país não pode ser gerido em ciclos de 15 dias. Este é um Governo que não sabe planear o futuro. Isto não é governar. O Presidente da República tem de ter uma palavra quanto a isto”, atirou o candidato liberal.

Questionado sobre se concordava com o encerramento de escolas, Tiago Mayan disse que isso “depende da análise científica e epdemiológica”. “Concordo que estamos num ponto onde nunca julgaríamos estar. Já ouvi várias versões, até da boca do próprio primeiro-ministro, de que não há um problema de contágio nas escolas mas sentem a necessidade de fechamento para passar outro tipo de mensagem”.

Mayan apontou que, “se essas são as medidas consideradas necessárias, temos de começar a planear as contingências, associar as medidas a uma resposta”, nomeadamente para os pais que terão de ficar em casa a cuidar dos filhos.

As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para domingo e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.

A campanha eleitoral termina na sexta-feira. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), o ex-militante do PS Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans e presidente do RIR – Reagir, Incluir, Reciclar, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

ZAP // Lusa

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