Elvira Fortunato inventou a eletrónica transparente e a eletrónica do papel e foi escolhida pelo júri do Prémio Pessoa, numa iniciativa conjunta do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos que distingue a personalidade das Artes, Ciência ou Cultura que, em cada ano, que destacou a sua obra
A cientista é licenciada em Engenharia de Materiais, catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, e junta a partir de hoje ao seu vasto curriculum o Prémio Pessoa 2020.
É a sétima mulher a ser distinguida com o maior galardão atribuído em Portugal à personalidade das áreas da Ciência, Artes ou Cultura cuja obra mais se tenha destacado em cada ano.
Francisco Pinto Balsemão destacou o “trabalho pioneiro” de Elvira Fortunato.
Conhecida pelos seus trabalhos nas áreas da chamada eletrónica transparente e eletrónica do papel, Elvira Fortunato concentrou toda a sua investigação numa área pioneira a nível mundial, que permitiu a aproximação da ciência aos objetos do dia a dia, acessíveis a todos.
A descoberta do papel como condutor de eletricidade (a partir de material reciclado embebido em óxidos metálicos) permite, por exemplo, a criação de painéis, baterias ou transístores de uso quotidiano.
As suas descobertas estão já patenteadas em vários países e são usadas no fabrico de ecrãs ou mesmo de painéis fotovoltaicos em miniatura.
Agora recebe o prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, contudo realça que: “Eu não trabalho para prémios. Aliás, a maior parte dos prémios que recebi foram-me atribuídos, não fui eu que concorri”.
Marcelo Rebelo de Sousa felicitou a cientista considerando que é “um reconhecimento merecido”.
Nesta mensagem, o chefe de Estado elogia Elvira Fortunato pela sua “excelência a nível científico e de inovação” e destaca os “inúmeros prémios e distinções a nível internacional” atribuídos à cientista portuguesa, “pioneira na área de eletrónica flexível, em particular nos transístores de papel”.
“Em 2015 foi nomeada presidente da comissão organizadora das comemorações do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, e é desde junho de 2016, por nomeação do Presidente da República, membro do Conselho das Ordens Nacionais portuguesas. Foi-lhe atribuído o grau de grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique em 2010”, assinala-se na nota.
António Costa também já se pronunciou. O primeiro-ministro considerou que a atribuição do Prémio Pessoa 2020 à investigadora Elvira Fortunato distingue o seu trabalho inovador na área das tecnologias sustentáveis e constitui um sinal da centralidade da ciência como motor de desenvolvimento.
“A atribuição do Prémio Pessoa a Elvira Fortunato é mais um reconhecimento do seu trabalho inovador em investigação de tecnologias sustentáveis e da sua notável capacidade empreendedora”, escreveu António Costa na sua conta pessoal na rede social Twitter.
Na mesma mensagem, o primeiro-ministro defende também que a escolha do júri do Prémio Pessoa “é também um importante sinal da centralidade da ciência como motor de desenvolvimento nacional”.
ZAP // Lusa