Reentradas de foguetões da SpaceX na Terra perturbam voos sobre o Oceano Índico. Imprevisibilidade e alterações de última hora no calendário provocaram atrasos de 6 horas nos voos entre Sidney e Joanesburgo.
Elon Musk tem sido notícia por várias razões, especialmente pela sua crescente intervenção política, não só nos Estados Unidos, mas também na Europa, onde recentemente declarou o seu apoio à extrema-direita alemã, com o partido AfD no leme.
Nos últimos tempos a Terra parece girar à volta do magnata, cujos investimentos também perturbam o céu.
As reentradas de um foguetão da SpaceX na atmosfera terrestre causaram recentemente atrasos nos voos sobre o sul do Oceano Índico, afetando grandes companhias aéreas como a Qantas e a South African Airways.
A maior companhia aérea da Austrália, Qantas, instou a empresa liderada pelo bilionário a fornecer informações mais precisas sobre o momento e a localização destes eventos de maneira a minimizar as perturbações.
A Qantas registou atrasos de até seis horas nos voos entre Sidney e Joanesburgo, uma rota que atravessa o Oceano Índico onde as fases superiores dos foguetões da SpaceX — cujos satélites também estão a impedir a exploração do Universo — têm sido lançadas.
A companhia aérea declarou que as recentes perturbações se deveram a alterações de última hora no calendário e na localização das reentradas dos foguetões, o que dificultou o ajustamento antecipado dos horários dos voos.
“Nas últimas semanas, tivemos de atrasar vários voos entre Joanesburgo e Sydney devido a conselhos recebidos do Governo dos EUA relativamente à reentrada dos foguetões da SpaceX numa extensa área do sul do Oceano Índico”, disse Ben Holland, chefe do centro de operações da Qantas ao Business Insider.
A South African Airways também foi afetada pelas atividades da SpaceX, embora a companhia aérea ainda não tenha comentado publicamente a situação.
Os foguetões Falcon 9 da SpaceX — que esta terça-feira deram boleia a dois satélites portugueses para o Espaço — são concebidos com uma fase de reforço reutilizável, enquanto a fase superior é intencionalmente eliminada no oceano.
Com já seis lançamentos em 2025 e mais de 100 em 2024, a frequência destes eventos aumentou as preocupações das companhias aéreas que operam nas áreas afetadas.
A Qantas sublinhou que a natureza imprevisível das reentradas dos foguetões complica as operações.
“Os clientes geralmente compreendem que isto está fora do controlo das companhias aéreas e que não podemos voar na área quando o foguetão está a reentrar”, explica ainda o responsável da Qantas.
Já estarão a ser desenvolvidos esforços para resolver o problema. A Qantas está a discutir com a SpaceX o desenvolvimento de um sistema que minimize as perturbações para os passageiros, garantindo simultaneamente a segurança.
A SpaceX não se pronunciou sobre o assunto.