O “troll” Elon Musk anda a intervir em política europeia. Democratas estão preocupados

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Allison Robbert / EPA

Elon Musk

O CEO da Tesla tem usado a sua rede social X para criticar partidos políticos um pouco por toda a Europa. As críticas vão desde Scholz aos trabalhistas britânicos, e as conversas amigáveis ficam para Meloni e Orbán.

Em novembro, após o colapso da coligação de centro-esquerda alemã de Olaf Scholz, Elon Musk chamou ao chanceler de “tolo” na sua rede social X.

Depois de seis pessoas terem sido mortas e mais de 200 feridas num ataque a um mercado de Natal, provavelmente levado a cabo por um agressor de origem saudita com simpatia pela extrema-direita, o americano voltou a reiterar as suas críticas ao governo alemão.

“O chanceler Oaf Schitz ou seja lá qual for o seu nome vai perder“, escreveu ainda o americano nas redes sociais, referindo-se às eleições alemãs que vão ter lugar a 23 de fevereiro. Musk mostrou já publicamente o seu apoio ao partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha), lembra o The Guardian.

Neste sábado, Scholz voltou a pronunciar-se, numa entrevista ao jornal alemão Stern, sobre o recém-nomeado líder do Departamento de Eficiência no governo de Donald Trump. “Não acredito que o Sr. Musk me queira favorecer. Não acredito em cortejar o Sr. Musk, deixo isso para os outros”, afirmou. “A regra é: não alimentar o troll“.

“O que considero muito mais preocupante do que esses insultos é o facto de Musk apoiar um partido como o AfD, que é, em parte, de extrema-direita, que prega a aproximação à Rússia de Putin e quer enfraquecer as relações transatlânticas”, disse ainda o líder da coligação de centro-esquerda.

Mas o dono da rede social X não se fica por aqui, e decidiu também intervir na política britânica. Apelou ao Rei Carlos III para que dissolvesse o parlamento (também na rede social X). O rei repostou a mensagem com um comentário de uma só palavra, “sim”, conta o The Guardian noutro artigo.

Referia-se a alegados casos de abuso sexual de crianças que ocorreram há uma década e, segundo várias críticas que têm agora chegado ao Partido Trabalhista (que governa o Reino Unido), foram mal investigados. Os críticos, Musk incluído, acusam os trabalhistas de não terem colaborado com a polícia nas investigações do caso.

Amizades consolidadas na Europa

Musk tem ainda estabelecido relações com o partido de extrema-direita britânico, o Reform UK Party. O líder do partido, Nigel Farage, afirmou que Musk estava a “pensar seriamente” em ajudar a financiar o partido.

Também terá conversado com o ativista de extrema-direita Tommy Robinson, condenado em outubro a 18 meses de prisão por ter proferido afirmações difamatórias sobre um refugiado sírio, conta a Forbes. As autoridades britânicas também acusam Musk de publicar informações “factualmente imprecisas” nas redes sociais.

Mas as novas amizades do republicano americano não se ficam por aqui. Musk também criticou os juízes que anularam as eleições presidenciais da Roménia por suspeitas de interferência russa e apoiou a primeira-ministra italiana de extrema-direita Giorgia Meloni, principalmente no que toca às políticas anti-imigração estabelecidas em Itália.

Segundo a Reuters, têm também existido conversas entre Musk, Trump e o húngaro Viktor Orbán, cujo governo, lembra o The Guardian, enfrenta um processo de sanções da UE desde 2018 por representar uma “ameaça sistémica” à democracia e ao Estado de direito.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

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3 Comments

  1. A sede de Poder , é a única razão de Viver destes e não deste Tipo de Personagens . Afogados nos seus Mares de Dinheiro fruto de Negócios , que nada contribuem para o bem da Humanidade e en muitos setores para a sua extinção ! .

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