Até aos 25 anos, poucos votam em Portugal. Três partidos recentes conquistam mais jovens, os dois “grandes” vencem entre os mais velhos.
A abstenção é uma questão sempre presente nas eleições em Portugal – embora os números reais sejam afinal mais baixos do que se pensava.
E, entre os mais novos, ignorar um acto eleitoral é ainda mais frequente. Até aos 25 anos são poucos os portugueses que vão votar. Embora não haja uma apatia alarmante em relação à política.
Os eleitores em Portugal, que vão realmente votar, normalmente são pessoas mais velhas, com mais habilitações literárias e com emprego.
Os mais novos têm-se aproximado um pouco porque há partidos – também novos – que têm convencido mais jovens. E o voto antecipado tem cada vez mais adeptos.
Sem surpresas, são os partidos mais velhos que têm mais adeptos… velhos: PS, PSD e CDU.
No outro extremo, são partidos recentes que convencem mais os jovens: Livre, PAN e IL. Sobretudo a Iniciativa Liberal, que tem tido mais impacto entre os mais novos, sobretudo entre os que têm maior nível de escolaridade.
O Diário de Notícias ouviu diversos investigadores, politólogos, e partilhou o eleitor típico de cada partido.
PS: normalmente vence entre os portugueses mais velhos – que são fiéis aos socialistas – e entre os eleitores com menor nível de escolaridade. Teve mais votos de mulheres do que homens, no ano passado, mas costuma ter menos votos femininos.
PSD: parecido com o PS, mas com mais homens do que mulheres em 2022.
Chega: o partido preferido dos eleitores descontentes com os partidos “do costume”. Há mais homens do que mulheres a votar no Chega e ganha nos portugueses que têm o 12.º ano de escolaridade.
IL: um dos partidos preferidos dos jovens e, como já foi mencionado, convence os eleitores mais instruídos; entre os que não completaram os 12 anos de escolaridade, só 1% votou neste pertido.
BE: também convence os mais jovens, com características parecidas com a IL e com mais mulheres do que homens.
PCP/CDU: mais homens votantes, menos jovens (aqui, convence mais quem não tem o ensino secundário completo). Mas não se confirma um eleitorado mais envelhecido.
PAN: convence mais os eleitores com mais anos de escola, mais mulheres e é mais forte nas grandes cidades – sobretudo Lisboa e Setúbal.
O Livre não teve um perfil próprio descrito neste retrato.