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As peças que se movem e as dúvidas que se impõem no jogo de tabuleiro das eleições açorianas

André Kosters / Lusa

O candidato às eleições legislativas da Região Autónoma dos Açores pelo PS, Vasco Cordeiro

O desfecho das eleições açorianas tem sido o mesmo há 24 anos. Às regionais do próximo domingo concorrem 13 partidos.

Ao longo de duas semanas, os partidos fizeram campanha eleitoral sem jantares-comício (exceto os do Chega) e sem grandes arruadas, numa campanha porta a porta própria em tempos de pademia.

O Partido Socialista enalteceu pelas ruas os seus feitos, enquanto que os restantes partidos alertaram para a necessidade de acabar com os 24 anos de governação socialista – de 1996 a 2012 com Carlos César e a partir de 2012 com Vasco Cordeiro.

De acordo com o Público, concorrem às eleições açorianas de 2020 13 partidos: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Livre, PAN, MPT e PCTP/MRPP, Aliança, Chega e Iniciativa Liberal, sendo que os últimos três participam pela primeira vez no sufrágio açoriano.

Vasco Cordeiro, atual presidente do Governo, concorre ao terceiro e último mandato permitido pela lei. Pela frente, terá o social-democrata José Manuel Bolieiro, que chegou à liderança regional há menos de um ano, após liderar a Câmara de Ponta Delgada.

O PS deverá ganhar as eleições, mas há uma dúvida que persiste: a renovação da maioria socialista. O PS governa com maioria absoluta há 20 anos, mas tem vindo a reduzir a percentagem de votos desde 2004.

Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS (quatro mandatos). O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos, também um.

Nas eleições regionais açorianas existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo regional de compensação, reunindo este os votos que não forem aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

São Miguel, a maior ilha do arquipélago, elege 20 deputados, seguindo-se a Terceira, com 10 deputados, o Pico e Faial, com quatro parlamentares, e São Jorge, Santa Maria, Graciosa e Flores, com três. A ilha mais pequena dos Açores, o Corvo, vai eleger dois deputados. Pelo círculo regional de compensação são atribuídos cinco mandatos.

Apenas as seis forças políticas que têm atualmente assento parlamentar (PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU e PPM) concorrem por todos os círculos.

ZAP // Lusa

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