A Autoridade do Canal do Suez iniciou este sábado obras para ampliar dez quilómetros do troço sul, onde o navio Ever Given encalhou em março passado, causando o bloqueio de uma das vias de navegação mais importantes do mundo.
A primeira fase do projeto desenvolve-se na zona dos Pequenos Lagos, que será ampliada em dez quilómetros para chegar aos 82 quilómetros de longitude.
A intervenção de alargamento e aprofundamento do Canal do Suez tinha sido aprovada na passada terça-feira pelo presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, e rapidamente chegou ao terreno.
A agência Efe cita o almirante Osama Rabie, chefe da autoridade que controla o canal, para referir que o início da intervenção tem lugar cumprindo “as diretivas do presidente [egípcio] Abdelfatah al Sisi para começar de imediato” a ampliação e “fixar uma agenda para a completar o quanto antes”.
O responsável assegurou que o projeto é uma continuação dos “esforços para desenvolver a via de navegação que se iniciou com a abertura do novo Canal do Suez”, que é crucial para o comércio internacional, assinalando que o projeto terá “várias fases”.
A intervenção incide em mais de 50 quilómetros da parte sul do Canal, onde o Ever Given, um porta-contentores de mais de 200.000 toneladas, com pavilhão panamiano e explorado pelo armador de Taiwan Evergreen Marine Corporation, encalhou a 23 de março deste ano.
A primeira fase, que se iniciou este sábado, concentra-se na zona dos Pequenos Lagos, que se ampliará em dez quilómetros para chegar aos 82 quilómetros de longitude na parte do novo canal, inaugurada em 2015, de acordo com o comunicado oficial divulgado.
“A importância do projeto de ampliação em curso é elevar a eficiência do canal e reduzir o tempo de trânsito dos barcos, além de aumentar o fator de segurança de navegação na região meridional [sul] do canal”, de acordo com Rabie.
Na segunda fase, continuarão as obras para ampliar em mais 30 quilómetros a zona sul. Segundo o Rabie, a perspetiva é que a execução do projeto se prolongue por 24 meses, mas admite que possa ser mais curto já que são essas as orientações do presidente.
O porta-contentores Ever Given, de propriedade japonesa e bandeira do Panamá, encalhou no canal do Suez a 23 de março, tendo voltado a navegar seis dias depois, mas ainda se encontra no Grande Lago do canal devido a uma disputa económica entre os proprietários e a Autoridade do Canal, que pede uma compensação de 755 milhões de euros pelos danos e prejuízos causados.
O bloqueio de seis dias interrompeu parte do comércio mundial, obrigando alguns barcos a percorrer a rota alternativa pelo extremo sul de África, ao passo que mais de 400 embarcações ficaram em espera perto do canal, tanto a norte como a sul.
// Lusa