Compensar efeito da inflação energética nos mais pobres custa 900 milhões

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Tiago Petinga / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, conversa com o ministro das Finanças, Fernando Medina

O primeiro-ministro, António Costa, conversa com o ministro das Finanças, Fernando Medina

O Governo teria que gastar cerca de 900 milhões de euros em medidas para as famílias mais carenciadas, se quisesse compensar da escalada da inflação na energia o quintil mais vulnerável da população.

Como avançou o Público, a decisão pode ser tomada no pacote de novas medidas que será anunciado em setembro e no Orçamento de Estado para 2023, a ser apresentado em outubro.

A aposta em apoios às camadas da população mais carenciadas face aos efeitos da inflação tem sido recomendada aos governos pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo.

No entanto, seria um volte face na estratégia do Governo, que até agora tem priorizado medidas de apoio generalizadas a todas as camadas da população, como a redução dos impostos sobre os combustíveis.

Segundo um estudo publicado na semana passada pelo FMI, as medidas anunciadas até agora pelo Executivo para contrariar os efeitos da crise energética representam um custo para o orçamento de 1,32% do PIB – cerca de 3.009 milhões de euros.

Trata-se de um valor superior aos 0,4% do PIB que representam os 900 milhões que o Executivo teria de gastar em medidas de apoio às famílias mais pobres para as proteger da escalada dos preços da energia.

Dos 1,32% do PIB que as medidas do Governo português representam, apenas 0,03% do PIB, menos de 100 milhões de euros, diz respeito a medidas direcionadas às famílias mais vulneráveis.

ZAP //

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