Edward Snowden escreve carta a apoiar Rui Pinto

Laura Poitras, Praxis Films / Wikimedia

O ex-analista dos serviços de informações norte-americanos vai defender publicamente o pirata informático português através de uma carta que será divulgada nos próximos dias.

No final de agosto, soube-se que, entre as 45 testemunhas arroladas pela defesa de Rui Pinto para o julgamento no qual o hacker responde por 90 crimes, encontrava-se o famoso denunciante norte-americano Edward Snowden.

Agora, avança o jornal online ECO, o mais conhecido denunciante a nível mundial vai divulgar uma carta em que defende a atuação do pirata português, em linha com o que tem feito noutros casos de denúncia.

O anúncio foi feito, esta segunda-feira, pelo advogado francês William Bourdon durante uma conferência sobre inteligência coletiva do Centre for Investigative Journalism.

Bourdon, que já foi advogado de Snowden e que agora é um dos elementos da equipa de defesa de Rui Pinto, já veio a Portugal várias vezes para se reunir com o português, sendo uma peça importante para que o caso ganhe notoriedade global, escreve o ECO.

Para além de Edward Snowden, o hacker português também arrolou como testemunhas a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes, o diretor da Polícia Judiciária Luís Neves, o treinador do Benfica Jorge Jesus, o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho, o jornalista e ativista angolano Rafael Marques, entre outros.

O pirata informático, que estava em prisão domiciliária desde abril, num anexo junto à Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, foi libertado no início de agosto.

O hacker, que esteve em prisão preventiva entre março de 2019 e abril deste ano, está a ser julgado por 90 crimes: um de tentativa de extorsão, seis de acesso ilegítimo, 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência e um de sabotagem informática.

No início de junho, o Tribunal da Relação de Lisboa negou provimento ao recurso do Ministério Público e manteve a decisão instrutória, proferida a 17 de janeiro, que pronunciou o pirata informático por 90 crimes e não pelos 147 que constavam da acusação do MP.