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EDP quer consumidores a pagar mudança de imagem da empresa

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José Sena Goulão / Lusa

António Mexia, presidente executivo da EDP

Regulamento da Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos (ERSE) obriga a EDP Serviço Universal e a EDP Distribuição a distinguir as imagens do grupo.

Segundo o Público, a EDP Serviço Universal e a EDP Distribuição terão que mudar de imagem, de forma a distinguir as empresas reguladas.

As mudanças irão do nome ao logótipo, passando pelos fatos de trabalho, os cartões de identificação dos trabalhadores, os formulários, os folhetos informativos e a identificação de equipamentos e viaturas.

No final, a EDP quer que os valores destas mudanças previstas no regulamento comercial agora aprovado pela ERSE sejam “totalmente” refletidos na base de custos que as empresas reguladas podem recuperar através das faturas de eletricidade.

Por sua vez, a ERSE considerou “prematuro” falar em custos com o cumprimento da obrigação da separação de imagem, uma vez que ainda “não há proposta de alteração de imagem, nem avaliação da mesma pela ERSE”.

Assim que o regulamento for publicado em Diário da República, as empresas terão 90 dias para apresentar uma proposta de alteração de imagem, para que a ERSE avalie se cumpre todos os requisitos e “não se confunde com a identidade gráfica de outras empresas do grupo e/ou da própria cabeça de grupo”. Depois, a entidade reguladora “decidirá o calendário efetivo de implementação das alterações de imagem” das duas empresas.

A ERSE recorda que a medida “não constitui uma nova obrigação“, antes “pretende suprir uma insuficiência detetada no cumprimento de disposições e regulamentação comunitária”, mas não é taxativa quanto à impossibilidade de alguns encargos acabarem nas tarifas.

A eventual aceitação de custos dependerá, diz o regulador, “do escrutínio e avaliação” quanto “à exigibilidade e racionalidade económica intrínseca“.

Na consulta pública do regulamento, a EDP justificou que os processos de mudança de imagem têm custos de “caráter excecional e de imposição regulamentar” que devem ser “totalmente” refletidos nas faturas dos consumidores.

No entanto, a Autoridade da Concorrência (AdC) adverte que, uma vez que os gastos vêm na sequência do cumprimento de uma imposição da Comissão Europeia, é importante que isso “não resulte num aumento de custos para os consumidores“.

Para a Deco, sobre esta matéria não restam dúvidas: a obrigação de separação de imagem “já devia ter sido cumprida” pelo que os custos “não poderão ser imputados aos consumidores, uma vez que se trata, de facto, de um incumprimento”, defendeu a associação na consulta pública.

ZAP //

18 Comments

  1. A sério!??!? Isto é possível?!?! Isto é legal?! Em portugal já nem sei o que é legal ou ilegal! Se isto for para a frente, não existirá alguém que processe a EDP!? Oh pah tirem do ordenado do presidente ora essa! Este país existe?!?! Isto é surreal demais…

  2. Conclusão: eles fazem as asneiras e quem paga são os consumidores?? Se for o caso como consumidores mudamos de fornecedor, se é isso que querem seja… Espero que o governo não permita este tipo de situações que estão a tentar arranjar p/ substituir as ditas “rendas” que o Estado lhes retirou… Deixem de achar que somos todos um bando e Lorpas, porque nem todos…

  3. Por mais desagradável que a perspectiva (nos) seja, qual é a admiração ou dúvida de legalidade???
    Qualquer empresa paga as suas despesas/custos/investimentos, quaisquer que eles sejam – neste caso, de comunicação e imagem – com os proventos obtidos através do facturamento dos seus serviços…
    Apetece até exclamar: DAAAH!!!

    • O problema é que esta empresa (e outras) vivem protegidas pelo sistema num mercado com falta de concorrência (impedida de entrar pelo sistema)!
      A UE fecha os olhos ao nosso sector energético, mas um país só prospera com um sector energético saudável, ou porque acha que temos a energia mais cara da UE?
      Podem fazer as “borradas” que alguém paga (consumidor final que não pode fugir).
      Agora pergunto:
      Em vez dos consumidores a pagar porque não os accionistas?
      DAAAH!!!!

  4. Os consumidores já pagaram as anteriores mudanças de imagem, porque é que esta haveria de ser diferente? Notícia era se os clientes consumissem e pudessem ficar sem pagar.

  5. 50 mil ao Mês!!!!… ganha o SR. Presindente mas o da EDP!
    Mais de 50% dos portugueses nao ganha isto num ano! (que seria o equivalente a 4166 mes)
    Estes senhores Brincam com isto!!! Gestores de topo é assim… é o que necessitamos!

    Mas quando é que isto algum dia endireita??? este sr se tivesse um ordenado de 4600 +subsidio de almoço + bonus e um fiat para as voltas estava Mais que OPTIMO, MAS não nao é essa a verdade!

    Alem dos mega ordenamos + mega roubos, julgo que podem contribuir para termos Eletricidade , se nao for a mais europa !!!! é a mais desajustada ( custo / ordenamos em PT)

    Justifica estes senhores terem 50mil de ordenado MES ?? fica a pergunta….

    Ah desculpe isto agora é privado Eu ganho o que quiser! Ah desculpa Foi engano!
    Pumba!! vai buscar!

  6. Depois de tudo o que a Administração da EDP fez e pelo qual está a ser investigada, é no mínimo ridículo e uma afronta à inteligência dos portugueses.
    Esses bandalhos (chulos da sociedade) que são uns autênticos parasitas, deveriam era estar presos pelos esquemas que fazem para arrecadar lucros (neste caso eliminar custos) para se poderem pagar dos prémios chorudos que envergonham os mais ricos do mundo, sem falar nos mais pobres.
    Prendam esses bandidos.

  7. Lamentável será dizer que, depois de tudo o que já pagamos, para além do preço da energia, em cada fatura de electricidade, ainda tenhamos de ser nós, Zé Povinho, a pagar pela patacoada e incompetencia de seres chulantes, chupistas e comodistas da sociedade.
    Seres estes que não passam de menos até do que comuns parasitas animais que, como um cão que se coça para se livrar das pulgas, estão a chegar ao ponto de que o próprio animal precisa de um banho desparasitante para se livrar da “Sarna” da sociedade que esses parasitas representam!

  8. Por isto e outras razões, este tipo de empresa deve permanecer na esfera pública. É óbvio que a EDP é uma falsa empresa privada. Ela não sofre com custos e perdas como as empresas normais e pode repercutir qualquer custo extra, não nos lucros mas nos clientes que não podem escolher ou recusar, pois a EDP continua a ser uma empresa com um monopólio inegável.

  9. Querem “mexer” no nosso bolso sempre que podem, deviam era “mexer” no bolso do “Mexia” ou “mexer” nos lucros dos accionistas que recebem dividendos.

  10. Eu não sei se foram os comentaristas anteriores que compreenderam mal a notícia mas parece-me que comentam com base naquele que não provocou a discussão. Aquilo que eu entendi foi que a ERSE obrigou a EDP a separar imagens do grupo, ou seja, “EDP SU” e “EDP Comercial”. Que eu saiba, já utilizam símbolos diferentes, apesar de terem cores e a sigla EDP idênticas, o que eu acho natural por pertencerem à mesma empresa mãe, mas os logótipos são diferentes. A haver possibilidade de confundir as marcas, seria o INPI a entidade responsável para exigir a mudança. Mais, sendo a “EDP Comercial” o comercializador de energia EDP no mercado livre, parece-me bem que se chame “EDP Comercial”, não vendo aí onde carecerá de mudança. Também, sendo a “EDP SU” (Serviço Universal) uma entidade dentro do grupo “EDP”, a utilização da sigla EDP parece estar adequada. Se há conflito de imagem entre estas duas actividades da EDP deveriam ter visto isso quando criaram o mercado liberalizado e obrigaram à divisão da EDP.
    Já não vejo com bons olhos o serviço “EDP Funciona” visto este serviço não ter nada a ver com produção, transporte e comercialização de energia eléctrica, que é a base da EDP. Esta actividade é altamente nociva para os pequenos empresários que se dedicavam à assistência e reparação de electrodomésticos, provocando a falência em massa destas empresas como aconteceu com o comércio local. Aqui sim, a ERSE, como entidade reguladora, deveria dar o seu parecer e considerar a actividade fora do contexto da actividade da EDP, ou seja, produção, transporte e comercialização de energia, proibindo a sua actividade. Quem fala do serviço funciona, fala também da emissão de certificados energéticos, uma concorrência desleal com os profissionais que gastaram o seu dinheiro em certificações e equipamento e dos quais a EDP se serve para emitir os seus certificados pagando valores diminutos a estes técnicos. Aqui sim, a ERSE deveria meter a “colher”. Além disto, quando os problemas apertam, como neste caso a afectação dos custos das suas exigências, a separação de imagens da EDP, a ERSE “sacode o capote” e “dá o dito por não dito”. Esta não me parece uma atitude séria de uma entidade que se quereria imaculada, afinal é uma Entidade Reguladora. Mas já houve mais arrogâncias da ERSE, todos nos lembramos de quando a esta queria um aumento do valor do kW de energia e foi a EDP que travou esse aumento.
    Bem, parece-me uma entidade reguladora do “coça para dentro”, não de protecção ao consumidor e ao mercado que deveria regular.
    É apenas a minha opinião e vale o que vale.

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