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Marcelino recorda episódio com Ronaldo: “Alguns colegas estavam a ser assaltados. Fomos todos a correr”

(dr)

Edgar Marcelino

Em entrevista ao ZAP, Edgar Marcelino recorda um episódio com Cristiano Ronaldo, com quem jogou na formação do Sporting. Agora com 35 anos, Marcelino diz estar arrependido de ter rescindido contrato com os ‘leões’

Edgar Marcelino joga no Fabril do Barreiro, clube do terceiro escalão português, mas a sua carreira deu muitas mais voltas do que a bola que tantas vezes chutou. Formado no Sporting, o extremo foi sempre visto como uma grande promessa, somando 27 internacionalizações nas seleções jovens portuguesas.

Foi nestes anos que teve o privilégio de jogar com alguns dos grandes nomes do futebol nacional: Quaresma, João Moutinho, José Fonte, Custódio, Carlos Martins, Hugo Viana, entre muitos outros. No entanto, a cereja no topo do bolo é mesmo Cristiano Ronaldo.

Marcelino tem boas memórias do internacional português e recorda um episódio caricato com Cristiano no tempo dos juvenis do Sporting.

“Lembro-me de um sábado à noite alguém nos vir chamar ao centro de estágios para irmos ajudar alguns dos nossos colegas no metro que estavam a ser assaltados. Fomos todos a correr. No dia a seguir tínhamos jogo no Estádio da Luz contra o Benfica. Ganhamos 5-0”, recorda.

Cristiano Ronaldo era a estrela da companhia, mas Marcelino não esquece o talento de Ricardo Quaresma e João Moutinho, com quem dividiu balneário.

Hoje, os tempos são outros e o mundo do futebol está bem diferente. Devido à pandemia de covid-19, a Primeira Liga está suspensa e os campeonatos seniores não profissionais foram cancelados. Edgar Marcelino era da opinião de que, a correr tudo bem, seria possível terminar os campeonatos esta temporada.

“Na minha opinião, caso a vida de todos volte à normalidade ainda este mês, maio e junho são mais do que suficientes para terminar as ligas. Nem que seja necessário jogar dois jogos por semana”, disse Marcelino em declarações ao ZAP.

Edgar Marcelino dá a mão à palmatória e admite que, para um futebolista, estar de quarentena, é muito complicado. “Não podemos treinar no campo com a equipa e manter a forma. Tantos dias a treinar sozinho é muito difícil. No meu caso, tenho a sorte de ter máquinas e espaço exterior para poder fazer os meus treinos”, explica.

Regressando à sua carreira, sem a oportunidade de jogar pela equipa principal dos ‘leões’, cedo foi emprestado a outros clubes. Esteve no Penafiel e a sua primeira aventura no estrangeiro foi no Roosendaal, equipa da primeira liga holandesa.

“Foi uma época complicada a nível de resultados”, assume. A equipa somou apenas nove pontos ao longo da época e foi despromovida ao segundo escalão. “No entanto a nível pessoal correu muito bem e, em dezembro, despertei o interesse de vários clubes holandeses, mas estava vinculado ao Sporting e o meu pensamento era apenas regressar“, acrescentou.

O jogador diz mesmo que foi uma das melhores épocas da sua carreira a nível pessoal. Além disso, destaca a passagem pelo Apop Kyniras, do Chipre, em que ganhou a Taça, que lhe permitiu jogar o playoff da Liga Europa.

Seguiram-se estadias em quatro continentes, jogando em países como Chipre, Espanha, Marrocos, Índia, Grécia e Austrália. Em Portugal, para além do Sporting e do Penafiel, apenas passou pelo Vitória SC, Estoril Praia e Amora FC, antes de chegar esta temporada ao Fabril do Barreiro.

De todas estas experiências, Edgar Marcelino guarda com carinho a passagem pela Índia. “A Indian Super League foi especial, talvez por ter tantos nomes do futebol mundial presentes, a organização, os estádios…”, recordou.

Na época de 2014/15, o campeonato indiano estava recheado de grandes jogadores em fim de carreira. Materazzi, Anelka, Del Piero, Trezeguet, Ljunberg e Silvestre eram alguns dos atletas de alto gabarito na Índia.

Na sua equipa, tinha também uma lenda viva: Robert Pirès. O francês foi um dos heróis do Arsenal na época de 2003/04, em que a equipa ficou conhecido como ‘Os Invencíveis’, após vencer a Premier League sem nenhuma derrota.

O Robert Pirès, para além de ser um jogador fantástico, é um enorme profissional. Foi um prazer jogar ao lado dele. Muito humilde, atencioso e respeitador. Sem duvida um orgulho ter jogado na mesma equipa do que ele. Quando pensas que vais estar ao lado de estrelas do futebol mundial e nem sabes como lidar com ele, devido ao respeito por quem são e pelo que fizeram ao longo da sua carreira, quando conheces as pessoas apercebeste que aqueles que mais ganharam são os mais humildes e fáceis de lidar”, revela Marcelino.

Aos 35 anos de idade, Edgar Marcelino caminha para o fim da sua carreira e não esconde que se arrepende de algumas decisões.

“Há duas coisas que me arrependo muito. A primeira foi não ter colocado uma cláusula de rescisão a meio do meu contrato com o Sporting. A segunda foi ter pedido a rescisão de contrato ao Sporting no meu último ano e ter ido para o Vitória de Guimarães”, confessa.

DC, ZAP //

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