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E depois do adeus? Medina vai voltar ao trabalho como economista, mas sempre atento

Carlos Moedas tomou posse esta segunda-feira e Fernando Medina despediu-se da liderança do município com “tristeza pessoal”, mas com “sentimento de missão cumprida”. O futuro traça-se no exercício da sua profissão de formação.

Esta segunda-feira, Fernando Medina despediu-se da Câmara Municipal de Lisboa e passou a pasta ao social-democrata Carlos Moedas. Sem esconder a “tristeza pessoal”, o antigo autarca afirmou que deixa a liderança com um “sentimento de missão cumprida” e garantiu que continuará “a acompanhar” a vida da cidade.

“Com sentimento de que deixo a cidade melhor do que aquela que tinha, no sentido de que a cidade avançou mais nas áreas em que eu entendia que eram fundamentais, e também no sentido de que deixamos para o novo executivo todas as condições do ponto de vista financeiro, organizativo, do ponto de vista da planificação das coisas”, salientou.

A transição de pastas para o novo executivo decorreu “da forma como deve decorrer em democracia”, destacou Medina, desejando “boa sorte aos novos eleitos, que tudo lhes corra bem, a bem da cidade e dos lisboetas”.

Fernando Medina liderava a maior Câmara do país desde 2015, sucedendo ao agora primeiro-ministro, António Costa. Nas suas declarações, explicou que decidiu não assumir o cargo de vereador na oposição por entender que a sua presença “seria sempre um elemento de tentação à continuação do que foi o debate eleitoral”.

Na carta enviada à Assembleia Municipal, Medina salientou tratar-se de uma “decisão individual” apesar de ter ouvido muitas pessoas nos últimos dias, explicando ainda que quer evitar a “pessoalização” do debate e a concentração das discussões na Câmara Municipal à volta das suas opções e da sua pessoa.

“A minha saída da Câmara Municipal facilita a vida aos futuros órgãos da autarquia”, lia-se.

Quanto ao futuro, o ex-presidente disse que voltará a exercer a sua profissão de formação, mas continuará atento e “sempre a zelar, olhar e a falar quando tiver que falar”.

“Regressarei à minha casa, à minha profissão de economista e é isso que farei, não deixando obviamente de acompanhar o que se passará na vida da cidade, com a qual eu tenho ligação muito profunda e que manterei, e ao povo de Lisboa, que me honrou durante estes anos ao grande privilégio de ser presidente de câmara”, sublinhou.

Já em relação à política partidária, Medina afirmou que encerrou “um capítulo hoje, que foi um capítulo muito exigente”, apontando que “todos os fins de capítulo são inícios de capítulos seguintes” e que “agora este vai ser marcado por umas semanas dedicadas à família”.

Questionado sobre o futuro, respondeu: “Depois falaremos”.

A cerimónia de posse do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e a instalação dos órgãos do município de Lisboa para o quadriénio 2021/2025 decorreu na Praça do Município de Lisboa, esta segunda-feira, com cerca de 700 lugares sentados.

Contou com a presença do ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, os antigos primeiros-ministros Francisco Pinto Balsemão, Pedro Passos Coelho e Pedro Santana Lopes, o presidente do PSD, Rui Rio, e o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, além de mais de uma centena de pessoas.

Fernando Medina também esteve presente na cerimónia, assim como os ex-líderes do PSD Luís Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite, os presidentes das Câmaras Municipais de Cascais, Carlos Carreiras, e do Porto, Rui Moreira, o presidente do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, o candidato à liderança do PSD Paulo Rangel, e os antigos candidatos à liderança do PSD, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz.

Liliana Malainho, ZAP // Lusa

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