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Durão Barroso “sempre recusou representar” a Goldman Sachs na UE

Depois de o vice-presidente da Comissão Europeia ter revelado que esteve com Durão Barroso enquanto representante do banco de investimento, o Goldman Sachs saiu em defesa do responsável português.

De acordo com o jornal i, o Goldman Sachs emitiu um comunicado no qual garante que Durão Barroso sempre recusou representar o banco junto de responsáveis da União Europeia.

“Enquanto presidente do Goldman Sachs International, José Manuel durão Barroso representa a nossa empresa junto de clientes, figuras públicas e outros importantes stakeholders. Desde que está connosco, sempre se recusou a representar a empresa em quaisquer interações com responsáveis da União Europeia”, lia-se na nota que contraria a versão adiantada por Jyri Katainen.

O Goldman Sachs garantiu ainda que “quaisquer reuniões desse tipo estão relacionadas com a sua competência pessoal construída ao longo da sua carreira de serviço público”.

O vice-presidente da Comissão Europeia, no entanto, garantiu ter-se encontrado com o português numa ação de lóbi. “Encontrei-me com o Dr. Barroso no Hotel Silken Berlaymont em Bruxelas, a 25 de Outubro de 2017. O sr. Barroso e eu fomos os únicos participantes nesta reunião, onde discutimos sobretudo assuntos de comércio e de defesa“, frisa Katainen numa carta de 31 de janeiro e enviada ao Observatório Corporativo da Europa, uma organização sem fins lucrativos que inspeciona o lóbi.

O Comité de Ética da Comissão Europeia que analisou o caso de Durão Barroso concluiu que o ex-político português tomou uma decisão pouco sensata, quando rumou ao Goldman Sachs, mas que não violou as regras de conduta da UE.

No entanto, a investigadora e ativista do Corporate Europe Observatory, Margarida Silva, defende que “Barroso claramente quebrou o compromisso, então a opinião do Comité de Ética tem de ser considerada inválida“.

O Comité de Ética da Comissão Europeia concluiu que, apesar de Barroso não ter mostrado “bom senso” ao tornar-se chairman da Goldman Sachs, não tinha quebrado a regra do artigo 245º do Tratado Europeu, que obriga os ex-membros da Comissão Europeia a não agir contra os interesses e a integridade do cargo, por garantir que não iria fazer lóbi, numa carta enviada a Jean-Claude Juncker, o seu sucessor.

Depois de Katainen confirmou ter-se encontrado com Barroso, enquanto representante da Goldman Sachs, para falar de “comércio e defesa”, o Corporate Europe Observatory quer que esta decisão seja revista.

Segundo o ECO, no entanto, Katainen já desmentiu ter sido alvo de lóbi, tendo o comissário dito que, em vez disso, os dois “só beberam uma cerveja”.

ZAP //

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