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Duas pessoas detidas por lançar cocktails molotov a famílias de refugiados

Sven Hoppe / EPA

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A polícia grega deteve hoje dois homens por lançarem cocktails molotov às famílias de refugiados acampadas na ilha de Lesbos, no mar Egeu, à espera de embarcar num ferro que as transporte para a península.

A polícia indicou que se trata de dois jovens, de 17 e 19 anos, que no sábado à noite atiraram os explosivos de fabrico caseiro contra as tendas em que dormiam as famílias e provocaram ferimentos num cidadão sírio de 30 anos que teve de ser transportado para o hospital de Mitilene, a capital de Lesbos.

Uma câmara instalada num dos edifícios do porto, onde ocorreu o incidente, permitiu à polícia identificar os atacantes e proceder hoje à sua detenção.

A polícia antimotim carregou hoje com bastões sobre alguns dos refugiados, o que fez com que um deles ficasse inconsciente e outros feridos, noticiou a imprensa local.

A ilha de Lesbos, tal como as restantes ilhas do Egeu oriental, devido à proximidade da costa da Turquia, está a transbordar devido à chegada de milhares de refugiados que esperam poder dirigir-se a Atenas.

Desconhece-se o número exato de pessoas que se instalou em tendas de campanha ou ao relento em praticamente todos os espaços públicos de Mitilene, mas a imprensa local indica que poderão chegar a 20.000, dos quais 10.000 não estarão ainda registados.

A espera e as péssimas condições que os migrantes têm de suportar geram tensões com a polícia e entre os refugiados de várias nacionalidades, devido ao tratamento preferencial dado aos sírios.

Por essa razão, Atenas enviou tropas e reforços policiais para a ilha, noticiou a televisão pública grega.

As autoridades estão a trabalhar para “aliviar a ilha tão rapidamente quanto possível de um elevado número de refugiados, para que o afluxo possa regressar a um nível tolerável”, disse o vice-ministro da Imigração, Ioannis Mouzalas, durante uma visita à ilha.

Todas as pessoas que chegam esperam poder cumprir os trâmites de registo na ilha e embarcar num dos barcos para o porto ateniense do Pireu para, a partir dali, continuarem o seu périplo até à Macedónia, atravessar a Sérvia e a Hungria e alcançar, via Viena, a Alemanha e outros países do centro e norte da Europa.

Até agora, entraram na Grécia este ano 230.000 refugiados, 150.000 dos quais nos meses de julho e agosto.

A União Europeia ofereceu assistência financeira para ajudar a Grécia a lidar com esta vaga migratória, mas exige que o Governo crie um sistema para distinguir os refugiados que fogem da guerra e perseguição daqueles que querem asilo por razões económicas, que serão repatriados.

/Lusa

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