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Drone voa ao lado de avião antes da aterragem no Aeroporto de Lisboa

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Um Boeing da companhia holandesa KLM reportou, esta segunda-feira, que um drone “voou ao seu lado” a 1.200 metros de altitude, à vertical do Farol do Bugio, no estuário do Rio Tejo, disseram à agência Lusa fontes aeronáuticas.

Contactada pela Lusa, a NAV Portugal (responsável pela gestão do tráfego aéreo) confirmou a ocorrência, acrescentando que irá notificar a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), sendo este o quinto incidente este mês e o nono desde o início do ano.

Segundo as mesmas fontes, o incidente ocorreu pelas 14h30, quando os pilotos do Boeing 737-800, com capacidade para 162 passageiros, se aperceberam de “um drone a voar ao lado”, no momento em que o avião estava no corredor aéreo para rumar ao Aeroporto de Lisboa, sendo aquela zona igualmente utilizada para os aviões que aterram e descolam do Aeródromo de Cascais.

O regulamento da Autoridade Nacional de Aviação Civil proíbe o voo destes aparelhos a mais de 120 metros de altura e nas áreas de aproximação e descolagem de um aeroporto.

O GPIAAF anunciou no sábado passado a realização de um estudo de segurança devido aos recentes incidentes envolvendo a presença de ‘drones’ nas trajetórias de aviões.

“O GPIAAF decidiu iniciar a realização de um estudo de segurança com vista a caracterizar o histórico de ocorrências deste tipo no nosso país, analisar a eficácia da regulamentação nacional sobre esta matéria e comparar com as práticas que estão a ser utilizadas noutros países para a prevenção deste tipo de ocorrências, com vista à eventual emissão de recomendações às entidades relevantes”, disse, nesse dia, à Lusa o diretor do GPIAAF.

Nelson Oliveira justificou a medida com “a frequência e características das recentes ocorrências envolvendo a presença de ‘drones’ na trajetória de aeronaves”, ressalvando, contudo, que as ocorrências reportadas “constituem uma violação da regulamentação aplicável e um potencial ilícito de natureza criminal por parte dos seus responsáveis”.

Na sexta-feira passada, um avião da Aero Vip, do Grupo Seven Air, foi obrigado a realizar uma manobra para evitar a colisão com um ‘drone’ a 300 metros de altitude quando estava em aproximação para aterrar no Aeródromo de Cascais, com 14 pessoas a bordo.

“Na aproximação à pista 35 de Cascais, vislumbrei um objeto que julguei ser uma ave. Ao aproximar-me, apercebi-me de que se tratava de um ‘drone’ de grandes dimensões, de quatro rotores. Tive de mergulhar, aumentar a razão da descida, para evitar a colisão com o ‘drone’, que passou a cerca de cinco metros acima da asa esquerda”, relatou nesse dia o piloto à Lusa.

A 14 de junho, um avião da TAP, com cerca de 130 passageiros, cruzou-se com um ‘drone’ a 700 metros de altitude, quando se preparava para aterrar no Aeroporto de Lisboa.

O Airbus 319, proveniente de Milão, Itália, “cruzou-se” com o ‘drone’ por volta das 21h00, no momento em que a aeronave estava à vertical da Ponte 25 de Abril, na zona de Alcântara, e a poucos minutos de aterrar no Aeroporto Humberto Delgado.

A 1 de junho, um Boeing 737-800, da companhia TVF, France Soleil, grupo Air France/KLM, com cerca de 160 passageiros, teve de realizar várias manobras para evitar a colisão com um ‘drone’ a 450 metros, quando a aeronave se preparava para aterrar no aeroporto do Porto.

// Lusa

9 Comments

  1. Estão à espera que aconteça uma tragédia? Existe actualmente uma falta de civismo por parte das pessoas que operam estes drones nestes sítios… O GPIAAF que contrate os serviços de especialistas nesta área, os quais já operam na Holanda, antes que seja tarde demais para evitar uma tragédia: http://guardfromabove.com/videos/
    Depois que inicie o treino em Portugal, tal como a Guard From Above fez…

  2. Brinquedos nas mãos de idiotas tornam-se em armas. Quem voa responsavelmente é incluído no mesmo saco que os imbecis que tomam estas atitudes colocando em risco a vida de inocentes. É urgente uma regulamentação eficaz sobre este assunto antes que cause a perda de vidas e bens ! Sendo possuidor e utilizador de um, sei onde posso, onde posso e não devo, e onde não posso voar. Algumas limitações já são utilizadas pelos fabricantes para “proibir” o drone de levantar caso esteja numa zona proíbida. Há também uma grande ignorância em tratar-se tudo por “drones”, quando muitos deles são apenas multicópteros. Um avião também pode ser um drone mas será chamado de “avião telecomandado”. Um drone tem por definição capacidade de voo autónoma. É um UAV ou VANT (em português), e seria importante alguém conhecedor do meio ser incluído num grupo de estudo e regulamentação e não entregar o caso ao primeiro amigalhaço do peito que surgisse no horizonte.

    • “Brinquedos nas mãos de idiotas tornam-se em armas.” É como as garrafas de bujeca… No trainspotting deu m**** da grossa.

  3. Estes legisladores ainda vao criar nao sei quantas legislações, nao sei quantas comissoes de trabalho, gastarem-se milhares de euros até, e longe vá o agoiro, haver um acidente sério que envolva vidas humanas. Somos muito burocratas, muito cheios de comissoes, sub-comissoes, leis e paragrafos, adendas e outras formas complexas de burocracia mangas-de-alpaca, só quando acontece é que nos lembramos que havia uma comissao xpto a tratar do assunto e batemos todos em cima de alguem que entretanto foi desviado para outra comissao ou cortaram a mesada.
    Veja-se o infeliz caso de Pedrogão, quantas comissoes, leis, decretos leis, paragrafos, adendas, etc. estao feitos e ninguem respeita?
    Depois da desgraça ja querem bater na cabeça da ministra e que é mais interessante é que são os mesmos que adiaram e continuam a adiar a celeridade dos processos e o cumprimento das leis vigentes.
    Veja-se os casos de mortes nas praias morre-se porque apesar do muito calor algum burocrata mangas-de-alpaca que nao ve o boletim meteorologico decretou “epoca balnear só começa no dia 1 de julho”.
    Realmente continuamos um país adiado, mas so os ouvimos dizer que estamos na Europa, será ?
    Acho que estamos mais no Norte de Africa.

  4. Não sei porque mas não acredito muito nesta história… a 1200 metros somente um Drone profissional, porque os que se vendem nas lojas não conseguem sequer chegar a estas altitudes, quanto mais voar ao lado de um avião que devia de ir a mais de 200km/h…para não falar no lag que existem entre a execução dos comando dados, por isso tenho as minhas dúvidas quanto a veracidade desta situação!!
    Praticamente todos os incidentes relatados foram com drones profissionais que são muito caros e curiosamente nas notícias generalizam dizendo drones… quando um Drone normal não consegue metade de um profissional…para não falar nos limites que os drones não brinquedos tem no seus software, como por exemplo o geofencing, limites de altitude, de velocidade, etc!

  5. De que vale fazer estudos e apresentar legislação se quem pratica estas manobras arriscadas, ou é algum imbecil (apreciador ou não de aeronaves) na tentativa, ou de obter imagens espectaculares da aproximação de uma aeronave ao aeroporto em causa, ou de amedrontar quem comanda as aeronaves, ou é algum terrorista que anda a tentar provocar algum acidente aéreo utilizando esse instrumento fácil de adquirir.

  6. Parabéns, até que enfim alguns comentários com pés e cabeça.
    Estranho é estas últimas notícias sobre quase colisão de drone com avião só aparecerem em sites portugueses quer seja em português ou inglês. Basta pesquisar na Net.

  7. Criaram-se as leis para definir a utilização dos drones. Existem regras bem definidas e mapas de zonas de vôo. A ANAC fez o trabalho de divulgação com a criação de um site (www.voanaboa.pt) e sessões de esclarecimento no país. Se quiserem saber mais podem contactar a ANAC.
    Eu gostava de ver a comunicação social a divulgar estas informações para que estes “pilotos” marginais saibam as regras e tenham formação. Infelizmente só vejo os drones na comunicação social quando um destes marginais fazem asneiras. Também gostava de ver as pessoas que fazem bem feito nos telejornais e jornais.
    Já agora, o último software da DJI regista todos os minutos de vôo dos seus últimos modelos de drones. Quem não se registar só pode voar até 30 metros de altura.

    • Caro Claudio, concordo com o que disse e acrescento, não é a falta de legislação, porque essa existe, é a falta de fiscalização, essa é inexistente. Infelizmente, educação por si só tem poucos resultados, e nem mesmo essa existe.

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