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Draghi toma posse como primeiro-ministro de Itália. Conte sai e “não se arrepende de nada”

(h) Filippo Attili / EPA

Mario Draghi foi este sábado empossado como primeiro-ministro de Itália pelo chefe de Estado, Sergio Mattarella, que o encarregou de formar governo após a crise desencadeada no decurso da renúncia ao cargo de Giuseppe Conte em 26 de janeiro.

“Juro ser fiel à República, cumprir com lealdade a Constituição e as leis e exercer minhas funções em prol do interesse exclusivo da nação”, declarou perante Sergio Mattarella no Palácio Romano Quirinale.

Depois de Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), 23 ministros do seu governo começam a tomar posse, entre os quais reconhecidos técnicos que vão assumir pastas importantes como a Economia, Interior ou Transição Energética.

Draghi disse ter aceitado o convite do Presidente italiano, Sergio Mattarella, para assumir o cargo de primeiro-ministro de Itália, depois de ter garantido o apoio de quase todos os partidos representados no Parlamento.

O economista, de 73 anos, substitui Giuseppe Conte, que renunciou ao cargo depois de o partido Itália Viva, de Matteo Renzi, parceiro da coligação governamental, ter abandonado o Governo, deixando-o sem maioria no Parlamento.

Draghi aceitou, “embora com reservas”, a tarefa de formar um Governo, após a demissão de Conte, nove dias antes, prudência que justificou por pretender constatar, primeiro, que apoios poderia obter para governar.

Conte abandona “uma grande experiência”

O ex-primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, classificou este sábado como “uma grande experiência” os seus quase 1.000 dias no poder, em declarações ao portal de notícias italiano Fanpage, pouco depois de terminar oficialmente o seu mandato.

“Foi uma grande experiência, espero que também me tenha tornado uma pessoa melhor”, disse à chegada à casa, em Roma, com a sua mulher Olívia Palladino, logo depois da passagem de testemunho ao seu sucessor, Mario Draghi, ex-governador do Banco Central Europeu.

Conte disse ainda, em resposta aos jornalistas, que não se arrepende de nada.

O agora ex-primeiro-ministro de Itália chegou a presidente do Conselho em junho de 2018, eleito pelo Movimento Cinco Estrelas como chefe do executivo de coligação com a Liga Norte, de extrema-direita.

Depois de um agitado verão em 2019, durante o qual o líder da Liga Norte, Matteo Salvini, deitou por terra a aliança de Governo, Conte voltou a ser indicado para liderar um executivo de coligação, desta feita entre o Movimento Cinco Estrelas e o Partido Democrático, à esquerda, a qual durou até este sábado.

Foram 988 dias no poder, com dois períodos distintos, durante os quais deixou de ser um advogado praticamente desconhecido a um dos rostos mais identificáveis, sobretudo pelas declarações frequentes durante a gestão da pandemia de covid-19.

Este sábado abandonou o Palacio Chigi de Roma sob aplausos dos funcionários.

Desconhece-se qual o futuro do Conte, que alcançou no Governo elevados níveis de popularidade nos primeiros tempos da pandemia, ainda que tenha sido forçado a decretar medidas restritivas muito duras, refere a agência espanhola, Efe.

Nos últimos tempos tem-se especulado sobre a possibilidade de vir a formar um partido próprio ou que tente a liderança do Movimento Cinco Estrelas, mas nenhum dos rumores teve qualquer confirmação. A 4 de fevereiro, quando foi conhecida a sua substituição por Draghi à frente do executivo italiano, dirigiu-se ao partido dizendo, sem clarificar o sentido da declaração: “Estou e estarei”.

Costa considera Itália “essencial para o futuro da Europa”

O primeiro-ministro português, António Costa, desejou as “maiores felicidades” ao seu novo homólogo italiano, Mario Draghi, considerando que o sucesso da Itália é “essencial para o futuro da Europa”.

“Desejo as maiores felicidades a Mario Draghi. O sucesso da Itália é essencial para o sucesso da Europa. Portugal e Itália são países muito próximos. Trabalharemos juntos na construção de uma Europa com soluções solidárias e eficazes para os desafios que enfrentamos”, escreveu António Costa, numa publicação na rede social Twitter em português, inglês e italiano.

ZAP // Lusa

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