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Dois petroleiros atacados no golfo de Omã. EUA mostram vídeo que compromete Irão

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Stringer / EPA

Um dos petroleiros em chamas no Golfo do Omã

Dois petroleiros, um norueguês e outro japonês, foram alvo de um ataque no mar de Omã, em pleno Golfo, uma região já sob tensão devido à crise entre os EUA e o Irão.

Esta quinta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, acusou o Irão de ser o “responsável” pelos ataques contra os petroleiros no mar de Omã, depois de outros incidentes com quatro navios, incluindo três petroleiros, ao largo dos Emirados Árabes Unidos.

“O Governo dos Estados Unidos considera que a República islâmica do Irão é responsável pelos ataques de hoje no mar de Omã”, disse perante os media em Washington.

Ao justificar as suas acusações, Pompeo evocou as informações recolhidas pelos serviços de informações, “as armas utilizadas”, os anteriores ataques contra os navios que Washington também atribuiu a Teerão e o facto de nenhum dos grupos aliados do Irão na região possuir os meios para atingir “um tal nível de sofisticação”.

Pompeo considerou ainda que o Irão pretende impedir a passagem de petróleo pelo estreito de Ormuz. Na perspetiva do secretário de Estado, estes atos na região “representam uma clara ameaça para a paz e a segurança internacionais, um ataque flagrante contra a liberdade de navegação e uma escalada das tensões inaceitável da parte do Irão”.

De acordo com o New York Times, as autoridades norte-americanas suspeitam de que os ataques tenham sido provocados por bombas colocadas nos cascos dos navios, tendo até divulgado um vídeo no qual se vê um alegado explosivo.

Bill Urban, porta-voz militar dos EUA, afirmou que o vídeo mostrava elementos do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica a retirar uma mina que não tinha explodido do casco do navio Kokuka Courageous, cita o jornal norte-americano.

Depois destas acusações, o Irão acusou Washington de “sabotagem diplomática”. “O facto de os EUA aproveitarem imediatamente a oportunidade para lançar alegações contra o Irão, sem provas fundamentadas ou circunstanciais, prova que Washington e os seus aliados árabes passaram para o plano B: o de sabotagem diplomática”, escreveu no Twitter o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif.

Numa nota divulgada pela manhã, Teerão já tinha rejeitado qualquer responsabilidade e alertado para o “comportamento maligno” dos EUA que tinham classificado os ataques como “mais um exemplo das atividades desestabilizadoras do Irão na região”.

“Acusar o Irão de acidentes suspeitos e infelizes envolvendo petroleiros é aparentemente a coisa mais fácil para Pompeo e para as autoridades norte-americanas”, declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Moussavi, em comunicado.

No mesmo dia, o chefe da diplomacia iraniana considerou suspeito os ataques terem coincidido com a visita histórica do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ao Irão.

A palavra suspeita não é suficiente para descrever” esses “ataques” contra dois petroleiros “ligados ao Japão que ocorreram enquanto o primeiro-ministro japonês se reunia” com o líder supremo iraniano em Teerão”, escreveu no Twitter.

A visita de Abe é a primeira de um chefe de Governo japonês desde a revolução islâmica de 1979 e a primeira de um líder de um país do G7 desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o abandono dos EUA do acordo nuclear.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Se são os EUA que mostram o video, isso não compromete porra nenhuma. Já todos sabemos como há mais de um século funciona a máquina propagandística Americana, quando toca a provocar guerras.

  2. Pois! e devem ser os EUA quem está a acelerar o enriquecimento de urânio em Teerão (esta situação como foi denunciada pela ONU já deve ser válida)… Santos complexos

    • Olha outro “iluminado”!…
      A ONU denunciou o quê, oh anjinho?!
      Todos (Rússia, China, França e Reino Unido e a Alemanha), além do Trampa e amigos, confirmam que o Irão está a cumprir o acordo, portanto, até agora, o unico a “roer a corda” foi o governo dos EUA (não os americanos, já que mais se 60%, queriam continuar o arcordo)!…
      Percebido?!

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