Dois soldados do curso de Comandos do Exército português foram, esta quarta-feira, hospitalizados por exaustão.
Um deles sofreu uma paragem cardiorrespiratória e o outro sofreu uma paragem respiratória, revelaram fontes oficiais do Exército e do INEM ao Correio da Manhã.
O incidente ocorreu durante a ‘prova zero’ do curso de Comandos. Também conhecida como ‘prova de choque’, esta é a prova mais dura do curso, onde se aprende os básicos da aprendizagem militar. Tem a duração de três dias e leva os instruendos aos limites da resistência psicológica e física.
Os dois jovens de 20 anos foram reanimados por socorristas militares, no Quartel da Carregueira, em Sintra. Um deles está agora sedado e entubado no Hospital de São Francisco Xavier.
Em causa poderá estar exaustão naqueles que foram os primeiros três dias do curso. Entretanto, o Exército abriu um “processo de averiguações urgente” e “foi determinado o aligeiramento substancial da carga física, e se necessário, a não realização de algumas sessões”.
Segundo o matutino, o recruta no estado mais grave de saúde “sentiu-se indisposto aos 2,7 km” da mar-cor (marcha combinada com corrida).
O jovem foi então levado pelos socorristas para a unidade de saúde do Regimento de Comandos, onde detetaram “alteração do estado de consciência” e realizaram “manobras de reanimação”.
Agora internado no Hospital de São Francisco Xavier, o jovem está “internado em Unidade de Cuidados Intensivos, mantendo-se em vigilância, sedado e ventilado, com um perfil hemodinâmico estável”.
Poucas horas depois, outro Comando sentiu-se “indisposto” e foi igualmente levado para a unidade de saúde do quartel. O médico inicialmente falou numa “interrupção súbita das funções cardíaca e respiratória”, mas depois corrigiu para “interrupção respiratória”.
Por sua vez, o jovem foi transportado para o Hospital Amadora-Sintra. Na tarde desta quinta-feira, recebeu alta médica, estando agora sob acompanhamento no Regimento dos Comandos.
Não é a primeira vez que a ‘prova zero’ dos Comandos gera polémica pela sua dureza. Hugo Abreu e Dylan Silva, ambos de 20 anos, morreram em setembro de 2016, após sofrerem um “golpe de calor” na primeira prova do 127.º Curso de Comandos, em Alcochete. Outros dois recrutas foram alvo de agressões.
Deveriam era obrigar os “coronéis” fazer os todos os exercícios que obrigam os “caloiros” fazer. Essa é que eu queria ver, isto sem falar que eles estão habituados mas os jovens, não.
Não esquecer que só para lá vai quem é voluntário.
Os exames prévios têm de ser mais rigorosos para avaliar bem a condição psico-física dos instuendos.
Para pertencer a uma força de elite tem de se ter condições físicas e psícológicas compatíveis com as exigências do curso, que são muitas.
O curso de comandos não é uma brincadeira de praia…e tem de preparar os instruendos para cenários de guerra a sério .
É preciso averiguar se as cargas dos exercícios da instrução estão em conformidade com os manuais e se não estiverem pedir responsabilidades a quem os ministra.
Agora é preciso compreender uma coisa: para pertencer a uma força de elite como os comandos e ostentar uma boina vermelha é preciso muito sacrifício e condição física para isso.
Tenho um familiar que também quis ser comando mas teve que desistir porque não suportava as cargas nem os sacrifícios exigidos.
Mas também sei, por experiência própria, que por vezes os instrutores sujeitam os instruendos a sacrifícios que nada têm a ver com a preparação militar e são mais para deleite pessoal e isso é inadmissível.
Porque alguns instrutores sofrem de algum complexo de inferioridade e quando apanham uns ” pobres” instruendos imberbes toca a ” praxar”. Sei bem do que falo…
Um jovem de 20 anos que não aguenta 2,7 kms, não presta para militar quanto mais para Comando
Pois pois. Deves achar que ele começou os 2.7km fresco como uma alface.