A anunciada saída do Reino Unido da União Europeia já levou Portugal a atrair 22 empresas britânicas entre 2017 e 2018.
De acordo com o Observatório de Investimento Direto Estrangeiro do Financial Times, citado pelo Diário de Notícias, 26 projetos de investimento — a rondar os 460 milhões de euros — já se instalaram em solo português, tendo criado 1400 postos de trabalho.
Os mesmos dados concluem que, no ano passado, o Reino Unido foi o principal emissor de investimento direto estrangeiro em Portugal. Neste contexto, A Empresa na Hora está a trabalhar com as autoridades para instalar um balcão Brexit ainda este ano, revelou o líder da missão Portugal In ao DN.
O objetivo, explica Bernardo Trindade, é captar investimento direto estrangeiro para Portugal aproveitando o facto de o Reino Unido ter decidido abandonar o bloco europeu.
Esta medida não é a única com vista a atrair empresas britânicas para Portugal. Em janeiro deste ano, o Governo lançou uma linha de financiamento de 50 milhões de euros para apoiar empresas caso não haja acordo no Brexit. O pacote de medidas inclui também ações de esclarecimento junto das empresas e iniciativas promocionais para mostrar Portugal junto dos turistas britânicos.
Para o antigo secretário de Estado do Turismo, “indefinição não rima com confiança, essencial ao investimento”. Mas os últimos dois anos mostram que tem existido uma separação clara entre o que é a economia e a política “e o que é facto é que a economia tem prevalecido”.
Bernardo Trindade está confiante que Portugal está no bom caminho para continuar a despertar interesse dos britânicos. “Portugal tem uma relação secular com o Reino Unido e quer manter essa relação de enorme proximidade, em especial para determinados setores de atividade.” Tecnologia, imobiliário, turismo e farmacêuticas estão na linha da frente dos investimentos britânicos em Portugal.
As negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia — decidida por referendo em junho de 2016 — têm sido longas, desgastantes e incertas. Na área dos negócios, já dezenas de empresas que tinham sede no país abandonaram-no devido à incerteza do processo do Brexit.