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Divulgado vídeo filmado por vítima do Meco horas antes da tragédia

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A CMTV divulgou esta quinta-feira um vídeo feito com o telemóvel por Pedro Tito Negrão, um dos jovens estudantes da Lusófona que morreram na tragédia da praia do Meco. O vídeo, registado horas antes da tragédia, mostra os jovens a fazer o reconhecimento de uma casa abandonada.

Segundo a CMTV, o vídeo foi gravado por Tito Negrão às 16h de sábado, 14 de dezembro, numa casa na zona conhecida como Fornos de Alfarim, poucos metros acima da praia do Moinho de Baixo. Um dos colegas da Universidade acredita que a casa desabitada seria usada para futuras praxes da Comissão Académica da Lusófona.

Estas são as últimas imagens com vida dos seis jovens estudantes da Lusófona que na manhã do passado dia 15 de dezembro perderam a vida na praia do Moinho de Baixo, no Meco.

Os seis estudantes, que foram arrastados por uma onda, estavam trajados e, ao que tudo indica, estariam num ritual praxístico. João Gouveia, que deu o alerta às autoridades de imediato, tinha a mochila seca e era o único dos jovens que tinha levado o telemóvel.

Os restantes jovens terão deixado os telemóveis na casa de Aiana de Cima que tinham alugado para passar o fim-de-semana.

Uma vizinha da casa onde os sete estudantes da Universidade Lusófona estavam instalados, no Meco, afirma ao Diário de Notícias ter visto os estudantes a rastejar na terra, com pedras presas aos tornozelos, no dia da tragédia.

Segundo a RTP, alguns universitários relatam sob anonimato que que naquela noite pode ter acontecido um ritual que terminou no mar e que “todos sabiam ao que iam”.

João Gouveia, o líder da Comissão de Praxe e o único jovem que sobreviveu, pode vir a ser acusado de homicídio por negligência, se se comprovar que coagiu os colegas a uma praxe perigosa.

RTP

Simulação RTP do jogo de praxe da praia do Meco

Simulação RTP do jogo de praxe da praia do Meco

A praxe poderá ter consistido num jogo de perguntas colocadas pelo líder, de frente para as ondas, aos colegas dispostos em linha de costas para o mar. Cada resposta incorrecta teria como “castigo” um passo atrás.

Os pais das vítimas apelaram a que o sobrevivente esclarecesse as circunstâncias em que a tragédia ocorreu, mas João Gouveia, de 23 anos, alega estar com amnésia selectiva e tem estado em silêncio desde o fatídico dia.

ZAP

15 Comments

  1. Penso já há muito tempo que isto ia acabar mal um dia. Estes meninos não sabem avaliar as consequências do exagero dos seus actos, e com bebida à mistura nem as vítimas completamente encharcadas em bebida reagem. Penso que os responsáveis devem ser os Directores das Universidades, estes sim devem ser chamados a assumir estes erros e a por termo a estas praxes de merda.

  2. “Praxes” sempre houve no meio académico,sem mal de maior.Brincadeiras e algum desacato,pouco mais.Era a juventude sadia de espirito,mas preocupada com problemas de outra ordem ,social especialmente.Os tarados eram tratados e recuperados.Não se fazia a apologia da violência.Antes pelo contrátrio.A violência era apanágio de marginais e policias.Hoje a violência está democratizada e ai quem nos acode.Exames a estado mental desses loucos das “praxes” e po uca ou nenhuma condescendencia com actos violentos.Já bem basta a telçevisão e a violência de alguns programas transmitidos.Que falem agora os psicólogos.

  3. Dux:

    Ando aqui com esta merda entalada há já algum tempo. A ouvir as diferentes versões, a pensar nas dúvidas e a pôr-me no lugar das pessoas. Tento pôr-me no lugar dos pais dos teus colegas que morreram. Mas não quero. É um lugar que não quero nem imaginar. É um lugar que imagino ser escuro e vazio. Um vazio que nunca mais será preenchido. Nunca mais, Dux. Sabes o que é isso? Sabes o que é “nunca mais”?

    A história que te recusas a contar cheira cada vez mais a merda, Dux. Primeiro não falavas porque estavas traumatizado e em choque por perderes os teus colegas. Até acreditei que estivesses. Agora parece que tens amnésia selectiva. É uma amnésia conveniente, Dux. Curiosamente, uma amnésia rara resultante de uma lesão cerebral de uma zona específica do cérebro. Sabias Dux? Se calhar não sabias. Resulta normalmente de um traumatismo crânio-encefálico. Portanto Dux, deves ter levado uma granda mocada na cabeça. Ou então andas a ver se isto passa. Mas isto não é uma simples dor de cabeça, Dux. Isto não vai lá com o tempo nem com uma aspirina. Já passou mais de 1 mês. Continuas calado. Mas os pais dos teus colegas têm todo o tempo do mundo para saber a verdade, Dux. E vão esperar e lutar e espremer e gritar até saberem. Porque tu não tens filhos, Dux. Não sabes do que um pai ou uma mãe é capaz de fazer por um filho. Até onde são capazes de ir. Até quando são capazes de esperar.

    Vocês, Dux… Vocês e os vossos ridículos pactos de silêncio. Vocês e as vossas praxes da treta. Vocês e a mania que são uns mauzões. Que preparam as pessoas para a vida e para a realidade à base da humilhação, da violência e da tirania. Vou te ensinar uma coisa, Dux. Que se calhar já vai tarde. Mas o que prepara as pessoas para a vida é o amor, a fraternidade, a solidariedade e o civismo. O respeito. A dignidade humana e a auto-estima. Isso é que prepara as pessoas para a vida, Dux. Não é a destruí-las, Dux. É ao contrário. É a reforçá-las.

    Transtorna-me saber que 6 colegas teus morreram, Dux. Também te deve transtornar a ti. Acredito. Mas devias ter pensado nisso antes. Tu que és o manda-chuva, e eles também, que possivelmente se deixaram ir na conversa. Tinham idade para saber mais. Meco à noite, no inverno, na maior ondulação dos últimos anos, com alerta vermelho para a costa portuguesa? Achavam mesmo que era sítio para se brincar às praxes, Dux? Ou para preparar as pessoas para a vida? Vocês são navy seals, Dux? Estavam a preparar-se para alguma missão na Síria? Enfim. Agora sê homenzinho, Dux. E fala. Vá. És tão dux para umas coisas e agora encolhes-te como um rato. Sabes o que significa dux, Dux? Significa líder em latim. Foste um líder, Dux, foste? Líderes não humilham colegas. Líderes não “empurram” colegas para a morte. Líderes lideram por exemplo. Dão o peito e a cara pelos colegas. Isso é um líder, Dux.

    Não sei o que isto vai dar, Dux. Não sei até que ponto vai a tua responsabilidade nesta história toda. Mas a forma como a justiça actua neste país pequenino não faz vislumbrar grande justiça. És capaz de te safar de qualquer responsabilidade, qualquer que ela seja. Espero enganar-me. Vamos ver. O que eu sei é que os pais que perderam os filhos precisam de saber o que aconteceu. Precisam mesmo, Dux. É um direito que eles têm. É uma vontade que eles precisam. Negá-los disso, para mim já é um crime, Dux. Um crime contra a humanidade. Uma violação dos direitos humanos fundamentais. Só por isso Dux, já devias ser responsabilizado. É tortura, Dux. E a tortura é crime.

    Sabes, quero me lembrar de ti para o resto da vida, Dux. Sabes porquê? Porque não quero que o meu filho cresça e se torne num dux. Quero que ele seja o oposto de ti. Quero que ele seja um líder e não um dux. Consegues pereceber o que digo, Dux? Quero que ele respeite todos e todas. Que ele lidere por exemplo. Que ele não humilhe ninguém. Que seja responsável. Que se chegue à frente sempre que tenha que assumir responsabilidades. Que seja corajoso e não um rato nem um cobardezinho. Que seja prudente e inteligente. E quero me lembrar também dos teus colegas que morreram. Porque não quero que o meu filho se deixe “mandar” e humilhar por duxezinhos como tu. Não quero que ele se acobarde nem se encolha perante nenhum duxezinho. Quero que ele saiba dizer “não” quando “não” é a resposta certa. Quando “não” pode salvar a sua dignidade, o seu orgulho ou até a sua vida. Quero que ele saiba dizer “basta” de cabeça erguida e peito cheio perante um duxezinho, um patrãozinho, um governozinho ou qualquer tirano mandão e inseguro que lhe apareça à frente. É isso que eu quero, Dux. Quem o vai preparar para a vida sou eu e a mãe dele, Dux. Não é nenhum dux nem nehuma comissão de praxes. Sabes porquê, Dux? Porque eu não quero um dia estar à espera de respostas de um cobarde com amnésia selectiva. Não quero nunca sentir o vazio dos pais dos teus colegas. Porque quero abraçar o meu filho todos os dias da minha vida até eu morrer, Dux. Percebeste? Até EU morrer. EU, Dux. Não ele.

  4. Penso que esse homem que escreveu tudo isto tirou as palavras e argumento de toda a gente ter uma palavra a dizer ele disse tudo .BEM HAJA So quem perde um filho tem capacidade de avaliar a dor dos outros . Tal como disse e bem nessa justicazita desse pais (podre e corrupto) nao vai dar nada ou pouco. 25 anos de cadeia por cada um seria so uma pequena lembranca da falta que os pais das vitimas sentirao toda a vida. Esperamos pela dissipacao da “amenesia selectiva”

  5. Eu,desde já, peço desculpa se o meu comentário não for o mais correto ou magoar alguém. O propósito não foi esse.
    A esta altura dos acontecimentos muita gente já se apercebeu que o que juntou estes jovens na Aldeia do Meco foram acções relacionadas com as praxes académicas que de académicas só têm o nome. São acções «secretas» e violentas lideradas por uns e acatadas por outros que não raras vezes ultrapassam os limites físicos e mentais de quem nelas participa.Não é difícil imaginar que o que esteve por traz da morte destes jovens foram rituais levados ao limite.No entanto,acredito que a responsabilidade, não, a irresponsabilidade deste desfecho não se deve só ao Dux. TODOS, sem excepção contribuíram, e muito, para este desfecho.
    Assim sendo, não podemos crucificar o Dux. Que ele deve uma explicação ás famílias é inegável e é bom que o faça o mais breve possível.E tem que ser verdadeiro…a história que estavam todos sentados i o Dux de pé parece-me muito fraca…
    As famílias terão que aceitar que os seus filhos andaram a brincar com o fogo e queimaram-se. SÃO TODOS RESPONSÁVEIS.

    Obg

  6. Com respeito por todas as partes, acho que não são necessárias mais investigações e tribunais, os julgamento já está feito. Sem nada estar provado todos opinamos como se estivéssemos estado e seres superiores que somos no julgamento do próximo. Até as famílias em dor são mais contidas e a essas seria-lhe dado esse direito . Os meus cumprimentos a quem cá ficou . A paz possível para vocês .

  7. A maior parte das pessoas opina com a mesma leviandade que os adeptos do futebol usam quando assumem o papel de treinadores de bancada. Ninguém sabe o que se passou, ninguém pode afirmar nada de nada, ninguém pode sequer afirmar o que quer que seja quanto ao comportamento e palavras do único sobrevivente desde a data da tragédia. A carta da família do jovem veio confirmar isso mesmo. As pessoas falam à toa, acusam, atacam e até se acham no direito de condenar quais juízes em pleno tribunal. Praxe ou não, brincadeira ou não, uma coisa parece certa: nenhum estava ali contra a sua vontade e o que aconteceu foi um acidente. Brutal e trágico, infelizmente, mas um acidente e todos nós estamos sujeitos a acidentes. A questão é que há acidentes que acontecem sem qualquer “ajuda” (passo a expressão) da nossa parte. Acontecem sem que sejamos nós a desafiar o perigo e a meter-nos na boca do lobo. E outros acontecem como este aconteceu. Facilitaram e foi fatal para 6 deles e trouxe a dor da perda e o sofrimento às 6 famílias e círculo de amigos de todos eles. Mas, muito sinceramente, mesmo não conhecendo nenhum dos envolvidos ou suas famílias e amigos, tenho a certeza que a família e os amigos do jovem sobrevivente, bem como ele próprio, estão certamente a sofre. De uma forma diferente, mas a sofrer. Deixo os meus sentidos pêsames às famílias das vítimas e os votos de que a família e os amigos deste jovem o ajudem a encontrar a paz interior que certamente vai ter que encontrar para seguir a sua vida.

  8. Praxe = Humilhação
    Como tal não devia sequer ser permitido e severamente punida por lei.
    Porque as Praxes vêm desde a infância (Buling), a praxe é uma forma de buling mais sofisticada e mais inteligente. Existem praxes em todo o lado da sociedade não é só nas universidades, no trabalho humilham sempre os novatos de alguma maneira. sou contra qualquer tipo de humilhação por parte de quem quer que seja só porque acha que está numa posição superior, não admito nem tolero abusos da parte de ninguem nem a mim nem aos meus filhos os quais ensino a partilhar e a relatar tudo o que acontece na escola, se for caso disso, eu próprio vou à escola resolver o problema, como já aconteceu e certamente vai voltar a acontecer.
    Concordo plenamente com o que disse o sr. “carta aberta a um dux” , é o pensamento de todos os pais que têm filhos na escola.

  9. Só entra na praxe quem quer conheci muita gente que andou na universidade e não participou em festas académicas nem praxes. Há quem vá para estudar e há quem vai para fazer amigos e andar na borga. Assisti a uma praxe na França em que acabaram todos pintados numa grande festa de balões de água. Acho que cada um tem de ter consciência dos seus limites. Não é por alguém dizer só entras no grupo se roubares ou embebedares-te que vais roubar ou entrar em coma alcoólico para entrar no grupo, por exemplo. “ah e tal sou bueda fixe fui parar ao hospital por coma alcoólico, mas já pertenço ao meio”. Todos sabiam para onde iam e para o que iam, há que ter limites, responsabilidade e também noção do que fazem já não são nenhumas crianças para serem assim influenciáveis.

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