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O distanciamento social é o “maior desafio” da Humanidade

Homem de Gouveia / Lusa

O grande número de pessoas que vivem atualmente em quarentena, devido à pandemia de covid-19, representa um desafio sem precedentes para a Humanidade.

Uma equipa de neurocientistas e filósofos europeus garante que viver em isolamento representa uma ameaça sem precedentes e até agora desconhecida, que atropela o instinto humano básico de conexão. Por esse motivo, os especialistas defendem um maior reconhecimento por parte dos líderes mundiais.

No artigo científico, que será publicado na edição de maio da Current Biology, os especialistas argumentam que viver em quarentena e, consequentemente, separar as pessoas umas das outras, contradiz o desejo dos humanos de se unirem quando atravessam tempos difíceis.

“As condições perigosas tornam-nos mais – e não menos – sociais“, explicou Olivia Deroy, filósofa e neurocientista da Ludwigs-Maximilians Universitaet de Munique, em comunicado. “Lidar com esta contradição é o maior desafio que enfrentamos agora.”

De acordo com o Futurity, com este estudo a equipa não está a sugerir que as medidas de restrição sejam levantadas de modo a permitir que as pessoas se reúnam, uma vez que seria muito perigoso do ponto de vista da saúde pública.

Ainda assim, os investigadores defendem um melhor acesso às ferramentas que permitem que as pessoas se “reúnam” em tempos de pandemia, nomeadamente um melhor acesso à Internet de alta velocidade ou plataformas específicas que as pessoas possam usar para socializar.

“Quando as pessoas têm medo, procuram segurança em grupo”, explicou Guillaume Dezecache, psicólogo da Université Clermont Auvergne. “Mas, na situação atual, este impulso aumenta o risco de infeção. Este é o enigma evolutivo básico que descrevemos.”

ZAP //

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