Palavroso e demasiado coloquial. O discurso de Montenegro no Pontal à lupa

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PSD / Flickr

Luís Montenegro, presidente do PSD, na Festa do Pontal 2022

Luís Montenegro estreou-se na Festa do Pontal enquanto líder do PSD. Alguns politólogos consideram que o seu discurso deixou a desejar.

José Adelino Maltez entende que Montenegro foi “palavroso” e que isso “não cativa o eleitorado”. Além disso, também não gostou do “estilo demasiado coloquial” ou a “intimidade de camarada”.

Em declarações ao Diário de Notícias, o politólogo argumenta que para o presidente social-democrata se afirmar como “alternativa ao Governo tem de ir além da máquina do PSD” e apontar “ao futuro”.

As medidas de um Plano de Emergência Nacional apresentadas surgiram numa altura, considera Adelino Maltez, “em que já ninguém ouvia”. Como tal, “devia ter aprendido com Paulo Portas, a dizer as coisas de rajada”.

O presidente do PSD anunciou que o partido entregou no parlamento uma proposta de programa de emergência social para o período de setembro a dezembro, no valor global de mil milhões de euros de ajuda aos mais necessitados.

Por sua vez, António Costa Pinto sugere que o antecipar de propostas por parte de Luís Montenegro é algo positivo.

“Deverá forçar o PS e o Governo a anteciparem algumas medidas de minoração do impacto da inflação para os setores mais penalizados, entre os quais os pensionistas e ativos de menores recursos”, disse o politólogo ao DN.

“Destacar personalidades dentro do partido em certas áreas dará competências alternativas perante o país, ao contrário do que aconteceu com a anterior liderança que nunca afirmou ninguém, era exclusivamente o líder”, acrescentou, referindo-se à ideia de Montenegro de formar um governo sombra.

A presença surpresa do antigo líder social-democrata e primeiro-ministro Pedro Passos Coelho é também vista como “benéfica” para Montenegro, já que contribui para “prosseguir com a imagem de unificação interna”.

Luís Montenegro, que partilhou a mesa com Pedro Passos Coelho, saudou a presença do antigo líder, dizendo ser uma pessoa especial com quem teve o privilégio de integrar o Governo em 2015.

Para o atual líder do PSD, “a máquina laranja está de volta para tornar a governar Portugal, numa altura em que o país precisa do partido para recuperar o país”.

ZAP //

5 Comments

  1. Só o título evidência logo a imparcialidade da notícia, numa tentativa de enganar quem não ouviu o discurso. Não está certo!

  2. Invocar que o modelo a seguir é o do passos coelho não augura grande futuro. mas pelo andar da carruagem temo que não haverá alternativa.

  3. O modelo PPC sabemos bem qual é.
    Quem tem memória como eu sabe bem que tentou extorquir-nos 7% agravando os descontos para a SS para reduzir a comparticipação das empresas.
    Tal medida só não avançou porque houve uma mega-manifestação de mais de um milhão de pessoas em Lisboa na qual participei. Caso contrário, ter-nos-ia gamado 7% do vencimento para os dar aos patrões.
    O modelo “xuxa” não é bom? Talvez, mas se estes lá estivessem sabemos bem que seriam bem pior: tirar ao trabalhador para dar ao patronato.
    E não adianta virem com a ladainha para nos cativar porque a mim nunca mais enganam.
    Por mim está feito porque não voto nele nunca.
    E quem tiver boa memória fará o mesmo.

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