Ainda há esperança para a Dielmar. Quem é o “mecenas” minhoto que pode salvar a marca?

(dr)

O empresário minhoto José Manuel Vilas Boas Ferreira

José Manuel Vilas Boas Ferreira

José Manuel Vilas Boas Ferreira é dono da Valerius e foi feito comendador da Ordem de Mérito Industrial por Cavaco Silva, em 2015. Pode ser o rosto da salvação da Dielmar.

Sem qualquer proposta de compra viável, a assembleia de credores desta quarta-feira determinou a insolvência da Dielmar, avançado assim com o seu encerramento e a transição dos seus 240 trabalhadores, que estavam em casa desde o pedido de insolvência, para o desemprego.

Depois de as últimas duas propostas serem desconsideradas — Outfit 21 e Cláudio Nunes — o Ministério da Economia contactou a Valerius para avançar com uma proposta para salvar a Dielmar, escreve o jornal ECO.

“Recebemos uma proposta de uma empresa muito reputada e com grande experiência nestas operações de reestruturação de empresas”, disse Pedro Siza Vieira aos jornalistas à saída da apresentação do programa Empresas Turismo 360, no Observatório Astronómico de Lisboa.

O grupo de Barcelos, liderado por José Manuel Vilas Boas Ferreira, já fez chegar a sua proposta ao administrador de insolvência, João Gonçalves, no valor total de 250 mil euros. A proposta permite ficar com a marca Dielmar e com as máquinas e os inventários da empresa.

A sociedade diz estar disponível para reabrir a empresa e integrar, de forma faseada e após uma formação teórica e prática em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, 200 trabalhadores.

Em março de 2015, Cavaco Silva fez de José Manuel Vilas Boas Ferreira comendador da Ordem de Mérito Industrial. Depois de uma longa passagem pela têxtil Araújo & Irmão, o minhoto ganhou o título de especialista na recuperação de empresas em dificuldades, escreve o ECO.

Vilas Boas Ferreira foi, em 2007, desafiado a salvar a Valérius, que hoje trabalha com grandes marcas internacionais. Desde então comprou várias empresas insolventes, como a Covidel, Lima Têxtil, Filobranca ou Delcon, conseguindo recuperá-las com relativo sucesso.

Também já resgatou da falência outras empresas históricas, como a Fábrica de Calçado Campeão Português (Camport) ou a Ambar.

“Será um processo de curto prazo”, adiantou na assembleia o chefe de operações da Valerius, Nuno Marques, citado pelo JN. A reabertura da têxtil poderá acontecer nos primeiros meses do próximo ano.

Isto poderia resultar, tal como avança o jornal Público, uma nova Dielmar: mais pequena, com nova gestão, mas mantendo-se num concelho do interior que precisa desesperadamente de investimento e de investimento.

Os credores vão ter de decidir se aceitam a proposta ou se vão vender a empresa em parcelas. A banca, que é a maior credora, ainda se vai pronunciar. A maior parte dos trabalhadores já se manifestaram a favor. O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, também acredita que os bancos darão “luz verde” à compra. 

“Estamos absolutamente convencidos de que a generalidade dos credores vai votar favoravelmente”, adiantou João Neves, secretário de Estado Adjunto e da Economia, em declarações à TSF.

Daniel Costa, ZAP //

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