Uma nova proposta, apresentada na 25.ª hora pode ainda determinar a entrega dos despojos da Dielmar ao grupo Valérius, por 250 mil euros.
Sem qualquer proposta de compra viável, a assembleia de credores que decorreu esta tarde no Tribunal do Fundão determinou a insolvência da Dielmar, avançado assim com o seu encerramento e a transição dos seus 240 trabalhadores, que estavam em casa desde o pedido de insolvência, para o desemprego.
Na sessão foram passadas ainda em revista as duas propostas que tinham sido inicialmente consideradas, mas que ao longo do processo acabaram por não se confirmar. A primeira dizia respeito à Outfit 21, cuja compra estava sujeita à aprovação de um empréstimo, que nunca se confirmou. A proposta de Cláudio Nunes – empresário que, se soube entretanto – foi acusado de burla e falsificação –, que previa a constituição de uma nova empresa e um depósito de dois milhões de euros para garantir a compra que da totalidade da empresa por dez milhões de euros, também caiu por terra. O administrador judicial desconsiderou ainda esta segunda proposta por a ver como “pouco credível”.
Ainda assim, a audiência ficou ainda marcada por uma proposta, apresentada na terça-feira pela sociedade Valérius (estabelecida em Barcelos), no valor total de 250 mil euros, informou o administrador da insolvência, João Gonçalves. A sociedade diz estar disponível para reabrir a empresa e integrar, de forma faseada e após uma formação teórica e prática em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, 200 trabalhadores. Isto poderia resultar, tal como avança o jornal Público, uma nova Dielmar: mais pequena, com nova gestão, mas mantendo-se num concelho do interior que precisa desesperadamente de investimento e de investimento.
Os representantes dos trabalhadores mostraram-se satisfeitos com a novidade, assim domo Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, que destacou o bom nome e história da Valérius no setor.
“Aquilo que gostava de salientar é exatamente o lado bom disto. Nós recebemos uma proposta de uma empresa muito reputada e com grande experiência nestas operações de reestruturação de empresas, a Valérius, que apresentou uma proposta ao administrador de insolvência no sentido de ficar com os ativos da empresa e de contratar os trabalhadores da Dielmar para uma nova unidade industrial que quer manter ali em Alcains“, afirmou aos jornalistas no âmbito da apresentação do programa Empresas Turismo 360.
“É muito importante que nós possamos manter atividade económica naquela freguesia, é muito importante, para isso, termos um operador privado com experiência, reputação e acesso aos mercados também fortes, que possam também assegurar a continuidade da atividade para aqueles trabalhadores que, como eu sempre disse, é o maior valor que a Dielmar tinha”, considerou o governante.
