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“Somente o diálogo pode evitar mal-entendidos”. China pede reconciliação com EUA

Luong Thai Linh / EPA

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês apelou esta quinta-feira a uma “reconciliação” entre China e Estados Unidos (EUA) e propôs que os dois lados elaborem uma lista para identificar e resolver as disputas que estão a abalar a relação, noticiou a agência Lusa.

Num discurso publicado no portal do ministério, Wang Yi reconheceu que os dois países enfrentam “os desafios mais sérios” desde que estabeleceram relações diplomáticas, em 1979, e defendeu que os laços se desenvolvam “de maneira sincera”.

“A China está pronta para falar se os Estados Unidos quiserem. Somente o diálogo pode evitar mal-entendidos”, apontou, considerando que ambas as potências devem “coexistir pacificamente e enviar energias positivas”.

O chefe da diplomacia chinesa sugeriu a elaboração de vários dossiers para os dois países analisarem. O primeiro trataria de questões “bilaterais e globais”, enquanto o segundo trataria de “questões problemáticas” que, em teoria, ainda podem ser resolvidas por meio de negociação. No terceiro constariam problemas não resolvidos.

Segundo Wang, a política dos EUA em relação à China tem como base “julgamentos errados” e a chave seria que Washington aceitasse que não pode mudar o país asiático.

“A China não pode ser como os Estados Unidos. Temos o nosso próprio caminho e as nossas características”, argumentou. “Devemos gerir disputas, minimizar os danos que estas podem causar ao relacionamento. Devemos procurar um terreno comum”, acrescentou o ministro.

Nos últimos anos, Washington passou a definir a China como a sua “principal ameaça”, apostando numa estratégia de contenção das ambições chinesas, que resultou já numa guerra comercial e tecnológica e em disputas por influência no leste da Ásia.

As relações deterioram-se ainda mais nos últimos meses, com trocas de acusações sobre a origem da pandemia do novo coronavírus ou a aprovação da nova lei de segurança nacional de Hong Kong.

// Lusa

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