Dia crítico para a Ucrânia. Ataque mais intenso de sempre em Zaporijia

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Atef Safadi / EPA

Rússia atingiu, com mísseis de grande escala, cidades e infraestruturas críticas. Ataque mais intenso de sempre em Zaporijia: atingida 17 vezes numa hora.

A Ucrânia está sob ataque “massivo”, nesta sexta-feira.

A Força Aérea ucraniana avisou que a Rússia atingiu cidades e infraestruturas críticas da Ucrânia e há alerta em pelo menos sete cidades, incluindo a capital Kiev.

As outras cidades cujos habitantes já receberam mensagens de alerta são: Kharkiv, Mykolaiv, Zaporijia, Odessa, Kerson, Kryvyi Rih e região Poltavska.

A Rússia lançou um ataque com mísseis “de grande escala”, que atingiu sobretudo pontos essenciais de produção e armazenamento de energia da Ucrânia, disse o Exército ucraniano.

Os militares de Kiev destacam que a Rússia disparou “seis mísseis de cruzeiro Kalibr” e pelo menos “35 mísseis S-300 (terra-ar)” contra alvos localizados em Kharkiv e Zaporijia.

Nas últimas horas foram lançados dezenas de mísseis e drones, sendo que muitos foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea ucranianos.

As forças russas lançaram ainda “sete drones (aparelhos não tripulados) Shahed” contra pontos estratégicos na Ucrânia.

Até ao momento desconhecem-se dados sobre eventuais vítimas destes ataques.

Sul e leste

As forças russas intensificaram, também nesta sexta-feira, os ataques aéreos no sul e leste da Ucrânia, atingindo infraestrutura crítica em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, e em Zaporijia, fazendo disparar as sirenes em grande parte da Ucrânia.

O secretário do conselho de Zaporijia, Anatolii Kurtiev, disse que a cidade foi atingida 17 vezes no espaço de uma hora, o que, acrescentou, foi o período de ataques mais intenso desde o início da invasão em grande escala, em fevereiro de 2022.

Explosões foram ouvidas em várias partes da região, incluindo em Zaporijia e em Vinnytsia, enquanto na região vizinha de Dnipropetrovsk as autoridades locais alertaram para um ataque de drones, informaram fontes oficiais, citadas por agências de notícias ucranianas.

A maior central nuclear da Europa fica situada na região de Zaporijia e permanece nas mãos da Rússia, que controla parcialmente a zona.

Em Kharkiv, as autoridades ainda estão a tentar obter informações sobre eventuais vítimas e a escala da destruição, com o autarca Ihor Terekhov a dizer que pode haver interrupções no aquecimento e no fornecimento de eletricidade e água.

A agência de informação militar da Ucrânia disse que as forças russas lançaram uma ofensiva nas regiões parcialmente ocupadas de Donetsk e Luhansk, com o objetivo de obter o controlo total da zona industrial, conhecida por Donbass.

As autoridades pro-russas de Donetsk garantiram que irão conquistar “em breve” a cidade de Marinka, próxima da capital regional.

“Ainda não vou dar nenhuma data, mas [Marinka] será libertada em breve”, disse o chefe da República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, citado pela agência de notícias oficial russa TASS.

Costa e Orbán

Estes novos e fortes ataques russos coincidem com a presença de Volodymyr Zelenskyy em Bruxelas, onde conversa com os líderes dos países da União Europeia para obtenção de mais armas.

O primeiro-ministro português foi um dos governantes que estiveram com o presidente da Ucrânia.

A cedência de aviões de combate voltou a ser assunto comentado por António Costa: “Não é uma linha vermelha mas agora não é possível dispensar os equipamentos que temos. Nós temos uma frota que está empenhada em diferentes missões”.

Costa considera que este encontro em Bruxelas foi “muito importante”. E combinou com Zelenskyy o calendário do envio dos tanques Leopard.

Um momento marcou esta cimeira. Quando Volodymyr Zelenskyy chegou para a fotografia de grupo, e pelo que é possível perceber nas imagens (embora não se vejam as mãos de todos, como por exemplo de António Costa), todos os líderes europeus aplaudiram o presidente Ucraniano.

Quase todos: o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, não. Sorriu, mas sem aplausos.

“ZAP” // Lusa

2 Comments

  1. O desespero russo leva-os a pouco mais de meia dúzia de quilómetros além da sua própria fronteira. Para quem já controlou o aeroporto de Kiev e já teve a capital praticamente cercada, algo vai muito mal.

  2. “35 mísseis S-300 (terra-ar)”

    Como o nome indica, estes mísseis só são utilizados contra objetos no ar, nunca em terra. Logo, é mentira que os russos tenham lançado “35 mísseis S-300 (terra-ar)”. Isto é só para servir de alibi quando mísseis S-300 lançados pelos ucranianos contra alvos aéreos, falham o objetivo e caem no chão fazendo vítimas civis ucranianas. E há quem acredite nestas tretas…

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