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Dez pessoas presas em Berlim por ataque contra judeu sírio

A polícia alemã deteve este domingo dez pessoas por suspeita de participação num ataque anti-semita num parque de Berlim. Os detidos foram acusados de agredir e insultar um homem de nacionalidade síria que usava uma corrente com a estrela de David, símbolo do judaísmo.

Segundo o jornal Die Welt, seis dos suspeitos são também originários da Síria. Três dos atacantes têm nacionalidade alemã, e a nacionalidade do décimo agressor não foi determinada.

De acordo com as autoridades, a vítima, um judeu sírio de 25 anos, aproximou-se dos suspeitos para pedir um isqueiro enquanto passeava no parque James-Simon, no centro de Berlim. Segundo o jovem sírio, os agressores inicialmente roubaram-lhe o cigarro.

Quando a vítima reclamava, os agressores terão reparado no símbolo judeu que trazia ao pescoço, passando então a gritar insultos anti-semitas. Um dos agressores bateu no rosto do homem.

Após a agressão, a vítima fugiu, tendo acabado por cair. Uma vez no chão, foi brutalmente agredida a pontapé pelos dez agressores. O ataque só parou quando outras pessoas que se encontravam no parque acorreram a ajudar. A vítima sofreu cortes na cabeça e foi levada para um hospital.

A polícia informou que os suspeitos pelo ataque, três mulheres entre os 15 e os 21 anos e sete homens entre os 17 e os 25 anos, foram libertados no mesmo dia. Uma unidade de investigação especializada em crimes de ódio assumiu o caso.

Ataque em abril chocou a Alemanha

Em maio, um refugiado sírio de origem palestina de 19 anos foi considerado culpado por um tribunal de Berlim por lesão corporal grave e por ofender dois homens que caminhavam pela capital alemã com quipás, os chapéus característicos do judaísmo.

O ataque ocorreu no dia 17 de abril, em plena luz do dia, e demonstrou a persistência de anti-semitismo na Alemanha, não só entre membros da extrema direita, mas também entre imigrantes muçulmanos.

Na altura, um árabe-israelita de 21 anos e um amigo, alemão de origem marroquina de 24 anos, passeavam usando quipás nas ruas do bairro de Prenzlauer Berg quando começaram a ser insultados em árabe por três homens. Quando os dois amigos pediram para que os três árabes parassem, o sírio de 19 anos começou a agredi-los.

A árabe-israelita que foi atacado contou mais tarde à DW que não era judeu, mas tinha decidido usar o quipá para testar se era perigoso para um judeu caminhar pelas ruas da capital alemã com a peça de vestuário religiosa.

A pena aplicada ao agressor incluiu quatro semanas de detenção num centro juvenil. O jovem sírio, identificado como Knaan al-S, no entanto, já tinha cumprido esse período em detenção antes do fim do julgamento e acabou por deixar o tribunal em liberdade.

O ataque foi condenado por líderes religiosos e políticos na Alemanha. O incidente também provocou protestos em Berlim e em várias outras cidades alemãs. Milhares de pessoas saíram à rua com quipás para protestar contra o anti-semitismo no país.

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