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Devin Nunes deixa investigação sobre interferência da Rússia em eleições dos EUA

csis_er / Flickr

O luso-descendente Devin Nunes (esq), presidente da comissão de Informações da Câmara dos Representantes

O luso-descendente Devin Nunes (esq), presidente da comissão de Informações da Câmara dos Representantes

O congressista luso-descendente Devin Nunes afastou-se esta quinta-feira da liderança da comissão da Câmara dos Representantes que investiga a interferência da Rússia nas eleições dos EUA do ano passado.

Num comunicado, o republicano disse que tomara a decisão depois de “vários grupos ativistas de esquerda” terem apresentado queixas sobre si ao Escritório de Ética do Congresso.

Nunes disse que essas queixas eram “completamente falsas e motivadas politicamente”, mas que “era do interesse” da comissão que ele se afastasse para o trabalho poder continuar.

Devin Nunes, que continuará como presidente da Comissão de Serviços de Informação da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso dos Estados Unidos), enfrentava uma forte pressão por parte do Partido Democrata depois de ter falado com a Casa Branca sobre questões relacionadas com a investigação.

O congressista integrou a equipa de transição de Donald Trump antes de este ter assumido a Presidência norte-americana, no passado dia 20 de janeiro.

“Chegámos a um ponto, depois dos acontecimentos da semana passada, em que é muito difícil manter a credibilidade das investigações“, disse na semana passada o democrata e também membro da comissão dos serviços de informações Adam Schiff.

Há duas semanas, Devin Nunes foi sozinho à Casa Branca e, sem avisar previamente os membros da comissão, anunciou numa conferência de imprensa de que tinha informado o Presidente Trump sobre a possibilidade das suas comunicações terem sido intercetadas, de “forma acidental”, durante operações de escuta de rotina a comunicações a outros líderes políticos.

Nunes não revelou como obteve tais dados, afirmando apenas que tinha recebido as informações de uma fonte anónima com a qual conversou dentro das instalações da Casa Branca. Tais revelações levantaram dúvidas sobre a independência e a imparcialidade do congressista republicano.

As críticas também chegaram do partido republicando, com o senador republicano John McCain a afirmar que Nunes tinha de explicar porque foi sozinho à Casa Branca para abordar matérias sobre uma investigação bipartidária do Congresso.

“Estou neste meio há algum tempo e nunca ouvi falar de tal coisa”, disse McCain na altura, em declarações a um programa da estação de televisão norte-americana CBS.

// Lusa

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