As autoridades da Malásia informaram que foi detida uma mulher com passaporte vietnamita, suspeita de envolvimento na morte do meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un.
O meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, foi assassinado na Malásia confirmou, esta terça-feira, fonte próxima do primeiro-ministro malaio.
A causa da morte de Kim Jong-Nam ainda está por apurar, mas uma fonte da polícia da Malásia afirmou que a vítima terá sido atacada com um spray, na zona comercial do aeroporto internacional de Kuala Lumpur, tendo ido pedir ajuda junto de um dos balcões de informação. Viria a morrer a caminho do hospital.
A agência secreta sul-coreana avançou, esta quarta-feira, que as primeiras suspeitas recaiam sobre duas mulheres, alegadamente agentes secretas norte-coreanas, que teriam envenenado o exilado norte-coreano de 45 anos.
Uma mulher de 28 anos, denominada Doan Thi Huong, foi identificada a partir das imagens de câmaras de segurança, entretanto divulgadas pelas autoridades malaias, e detida. A mulher estava sozinha no momento da detenção.
Kim Jong-nam terá sido atacado pelas duas mulheres no dia em que se preparava para sair da Malásia, onde estava desde o dia 6 de fevereiro, em direção a Macau, onde residia.
A polícia da Malásia indicou que está a analisar as imagens das câmaras de segurança do aeroporto e irá investigar os movimentos de Kim Jong-nam e as pessoas com as quais se encontrou no país.
Coreia do Sul diz que assassinato Kim Jong-Nam mostra a “brutalidade” do regime
O primeiro-ministro e atualmente Presidente em funções da Coreia do Sul, Hwang Kyo-Ahn, declarou esta quarta-feira que o assassínio de Kim Jong-nam por agentes ao serviço da Coreia do Norte ilustra “a brutalidade do regime” de Pyongyang.
“A confirmar-se que o assassínio foi levado a cabo por parte do regime norte-coreano tratar-se-ia de um flagrante exemplo da sua natureza brutal e desumana“, adiantou.
Hwang Kyo-Ahn sublinhou a “grande importância” de se esclarecer o caso, assinalando que Seul se encontra a “analisar de perto os movimentos da Coreia do Norte” para determinar o seu eventual impacto na segurança da Coreia do Sul.
Kim Jong-Nam tinha pedido ao meio-irmão para lhe poupar a vida
O meio-irmão de Kim Jong-Un, assassinado na segunda-feira, terá implorado ao líder norte-coreano para poupar a sua vida e a da sua família após uma tentativa de assassínio em 2011, afirmaram esta quarta-feira deputados sul-coreanos.
“Kim Jong-Nam foi vítima de uma tentativa de assassínio em 2011 e enviou, em abril desse ano, uma carta a Kim Jong-Un a dizer: ‘Por favor, poupa-me e à minha família'”, relatou Kim Byung-Kee, membro de comissão parlamentar sobre os serviços de informação.
A família de Kim Jong-Nam vive atualmente em Pequim e em Macau e “estão sob a proteção das autoridades chinesas”, afirmou Byung-Kee.
Kim Jong-Nam, que teria cerca de 45 anos, era o filho primogénito do ditador norte-coreano Kim Jong-il, filho da sua primeira concubina, a atriz Song Hye-rim.
Até ao início do século XXI era apontado como o seu principal sucessor, oportunidade que perdeu depois de ter sido detido, no Japão, com um passaporte falso. Na altura, disse que só queria visitar a Disneyland.
O irmão do líder norte-coreano emigrou para a China em 1995 e vivia desde então entre Pequim e Macau.
ZAP // Lusa