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Destroços de um Boeing caem sobre zona residencial nos EUA. Regulador ordena inspeções urgentes

Destroços de um avião comercial caíram, este domingo, nos subúrbios da cidade norte-americana de Denver, quando a aeronave teve de voltar ao aeroporto para uma aterragem de emergência, na sequência da falha de um dos seus motores.

Segundo as autoridades, citadas pela agência Associated Press (AP), o avião conseguiu aterrar em segurança no Aeroporto Internacional de Denver e ninguém a bordo ou no solo ficou ferido.

Tratava-se de um Boeing 777-220 da companhia United Airlines, que descolou no sábado de Denver, Colorado, com destino a Honolulu, no Hawai, com 231 passageiros e 10 membros da tripulação a bordo.

O avião foi forçado a regressar ao aeroporto de onde partiu, depois de o motor direito se incendiar em pleno voo. Imagens filmadas por um passageiro do voo UA328 mostram o motor direito em chamas, com a fuselagem do motor destruída.

Fotografias disponibilizadas pelas autoridades policiais mostram alguns destroços de grande dimensão junto a uma casa num bairro localizado a cerca de 40 quilómetros a norte da cidade.

Tyler Thal, morador nesta área, adiantou à AP que, quando estava a passear com sua família, percebeu que um grande avião comercial estava a voar estranhamente baixo e que começou a filmar com o seu telemóvel.

“Enquanto estava a olhar para o avião, vi uma explosão e, em seguida, uma nuvem de fumo e alguns destroços a cair. O avião simplesmente continuou e não o vimos depois disso”, relatou.

O regulador norte-americano para a aviação já exigiu inspeções urgentes aos aviões Boeing 777, o que “significará provavelmente que alguns aviões serão retirados de serviço”.

“Depois de consultar a minha equipa de peritos em segurança aérea relativamente à falha de motor num avião Boeing 777 em Denver, pedi-lhes que emitissem uma diretiva de navegabilidade de emergência que exija inspeções imediatas ou minuciosas de aviões Boeing 777 equipados com alguns motores Pratt & Whitney PW4000”, escreveu um responsável da Administração para a Aviação Federal (FAA), Steve Dickson, no Twitter.

O responsável da FAA disse que uma análise preliminar dos dados de segurança revelou a necessidade de verificações adicionais do tipo de motor afetado.

“Com base em informações iniciais, concluímos que o intervalo entre inspeções deve ser encurtado para as pás ocas do ventilador, que são exclusivas deste tipo de motor, utilizadas apenas nos Boeing 777”, explicou o funcionário.

Esta segunda-feira, a Boeing recomendou a imobilização dos 128 aviões deste modelo, que se encontram em serviço ou armazenados.

“Enquanto a investigação está em curso, recomendamos suspender as operações dos 69 aviões 777 em serviço e dos 59 em armazém com motores Pratt & Whitney 4000-112″, disse a empresa em comunicado.

Na sequência do incidente, a United Airlines já tinha decidido retirar do ar 24 aparelhos Boeing 777. A Japan Airlines e a All Nippon Airways anunciaram, igualmente, a imobilização de 13 e de 19 aviões deste tipo, respetivamente.

Também este domingo, um avião de carga perdeu parte de um dos motores, que explodiu durante a descolagem do Aeroporto de Maastricht Aachen, nos Países Baixos. Os destroços do motor atingiram um carro estacionado numa garagem na cidade de Utrecht.

Recorde-se que o fabricante norte-americano teve graves problemas nos últimos anos com outro dos seus modelos, o 737 MAX, que esteve imobilizado durante 20 meses devido a dois acidentes que provocaram 346 mortos.

Os voos comerciais do Boeing 737 MAX foram retomados em dezembro do ano passado, primeiro no Brasil e depois nos Estados Unidos e no Canadá, com o primeiro voo comercial na Europa realizado a 17 de fevereiro, pela companhia aérea belga TUI fly.

ZAP // Lusa

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