O crescimento económico, o congelamento de salários e as reformas mais recentes no setor público favoreceram a descida da despesa com o pessoal do Estado para os níveis mais baixos dos últimos 29 anos.
Este ano, o Governo terá de convencer os partidos à sua esquerda de que não existe espaço de manobra para fazer regressar em 2019 as atualizações salariais na função pública, ainda que a despesa com o pessoal do Estado esteja ao nível mais baixo dos últimos 29 anos.
Segundo o Público, devido aos bons resultados da economia e a diferença significativa entre os vencimentos dos funcionários que se reformam e os que entram, o Governo está a conseguir mais do que compensar o fim dos cortes aplicados durante a crise e o impacto do descongelamento das carreiras iniciado este ano.
De acordo com a estimativa apresentada na semana passada pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP), a despesa pública com pessoal terá sido, em 2017, de 11% do PIB, uma descida face aos 11,3% registados em 2016, colocando o indicador ao nível mais baixo desde 1989, de acordo com as séries publicadas pela Comissão Europeia.
No entanto, a despesa com pessoal ainda se mantém acima da média do euro, que se deverá cifrar nos 9,9% em 2017, mas confirma uma tendência de aproximação significativa.
Em 2018, tudo indica que a tendência de redução do peso da despesa pública no PIB será para manter, apesar de o Governo ter dado início ao descongelamento das progressões na carreira já este ano, com um custo estimado este ano de 211 milhões de euros.
Segundo a projeção do CFP, o peso da despesa com pessoal no PIB irá passar de 11% para 10,7% do PIB em 2018. Mesmo perante um cenário no qual as atualizações salariais sejam feitas ao nível da inflação a partir do próximo ano, esta entidade antecipa que esta possa ser uma tendência para manter nos anos seguintes.
Ainda esta segunda-feira serão conhecidas as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE) que deverão confirmar os bons resultados da economia em 2017.