Descontos tornam preços dos combustíveis pagos pelos consumidores inferiores ao “preço eficiente”

Mário Cruz / Lusa

Relatório volta a rejeitar a ideia de que as gasolineiras mantiveram os preços como forma de aumentar as suas margens de lucro.

O primeiro relatório semanal produzido pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) revela que a média dos preços de venda ao público dos combustíveis esteve abaixo do que seria o “preço eficiente”. Através do documento, que se concentra na evolução dos preços de venda dos combustíveis, é possível perceber que as companhias estiveram, em média, alinhadas com o preço eficiente, tal como é definido pelo regulador, nos valores fixados nos pórticos das estações de serviço.

Segundo o Observador, esta semana registou-se um desvio para cima de 0,5 cêntimos por litro no gasóleo e um desvio para baixo de 2,2 cêntimos na gasolina.

Outra das conclusões remete precisamente para os preços médios que efetivamente são pagos pelos consumidores, ou seja, já considerando o efeito dos vários cartões de desconto. Aqui, a ERSE conclui que os valores foram inferiores ao que seria o preço eficiente em 3,2% na gasolina e em 4,2% no gasóleo. De acordo com a mesma fonte e em termos absolutos, isso significa que os preços médios de venda da gasolina e do gasóleo estão cerca de 7,5 cêntimos abaixo do valor que seria considerado eficiente.

Isto vai no sentido contrário ao das suspeitas que vieram a público sobre as margens abusivas por parte das petrolíferas. O documento esclarece ainda que a diferença negativa se verificou ao longo de todo o mês de maio, apesar de na comparação com os preços anunciados nos pórticos os valores terem sido sempre superiores ao preço eficiente no caso do gasóleo e quase sempre acima na gasolina — as últimas semanas constituíram uma exceção. A disparidade, escreve o Observador, pode ajudar a explicar a ideia criada na opinião pública de que as petrolíferas estão a cobrar preços mais elevados do que os que deviam.

Este último ponto já tinha sido avaliado pela mesma entidade, que concluiu não existirem indícios obtenção de margens por parte das empresas através da subida dos preços dos combustíveis durante os últimos meses.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.