Numa série de campanhas que decorreram entre 2014 e 2019, a coligação militar internacional conseguiu expulsar o Estado Islâmico (EI) de grande parte do território iraquiano e sírio, nos quais este havia se instalado e governado. Contudo, apesar das investidas ao longo dos anos, o grupo terrorista resiste.
De acordo com um artigo escrito pelo professor de História Islâmica da Universidade de Massachusetts Dartmouth, Brian Glyn Williams, publicado no Raw Story, o Pentágono e as Organização das Nações Unidas (ONU) estimam que o grupo tenha cerca de 30 mil insurgentes ativos na Síria e no Iraque.
Segundo o académico, milhares de outros combatentes alinhados com o EI estão espalhados pela África e pela Ásia, desde Mali e Níger, passando pelo Iraque o Afeganistão, até às Filipinas. Nos últimos meses, reconstituiu-se nas regiões da Síria e do Iraque.
O EI começou como um grupo muçulmano sunita no Iraque, em meio à violência que se seguiu à invasão liderada pelos Estados Unidos (EUA), em 2003. Até então, a liderança de Saddam Hussein havia suprimido os grupos ‘jihadistas’ islâmicos, limitando a influência no Iraque por parte do Irão – dominado pelos xiitas -, e por parte da Arábia Saudita, que é fundamentalista sunita.
Quase uma década depois, em 2014, o grupo explodiu em toda a região e assumiu uma ampla faixa, do Iraque até a Síria, onde funcionava como um governo. Manteve igualmente uma força de combate feroz, buscando expandir o alcance do seu “califado”.
Desde as derrotas em 2017, o grupo retirou-se para as montanhas Qara Chok, Hamrin e Makhmoul, no nordeste do Iraque. A partir daí, atacam regularmente tropas norte-americanas e iraquianas, forças curdas e milícias xiitas locais. Atraem igualmente novos recrutas sunitas, ressentidos com o governo do país, atualmente dominado pelos xiitas.
As suas campanhas incluem execuções a “traidores” em postos de controlo falsos e a funcionários do governo, perpetuados em ataques noturnos às suas casas. No verão de 2019, queimaram centenas de hectares de plantação no norte do Iraque.
Recentemente, a morte do general iraniano Qassem Soleimani, que liderou as milícias xiitas iraquianas contra o EI, foi classificada pelos seus líderes como uma “intervenção divina”. O parlamento e o primeiro-ministro iraquianos pediram que as tropas norte-americanas deixassem o país, permitindo ao EI expandir as suas operações.
Estado Islâmico no mundo
Entre 2015 e 2019, o EI liderou um governo na Síria, tendo como base a província de Raqqa. Devido aos ataques das forças curdas, apoiadas pelos EUA, pelo Exército Árabe Sírio, pela Rússia e pelo Irão, o grupo entrou em colapso. Enquanto se retirava, escondeu armas e dinheiro no deserto da Síria.
Desde a derrota do seu estado físico, insurgentes resistentes do EI na Síria mataram soldados russos pró-governo, massacraram membros de tribos pró-governo e atacaram combatentes curdos anti-ISIS e oficiais de inteligência.
A partir de outubro de 2019, quando o Presidente norte-americano Donald Trump anunciou que as tropas dos EUA deixariam o norte da Síria, combatentes do EI fugiram de campos de detenção curdos. Cerca de 70 mil membros e apoiantes do grupo permanecem nesses locais, que se tornaram centros de treinamento para uma nova geração de ‘jihadistas’.
Uma operação dos EUA, em novembro de 2019, levou à morte de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do EI. O grupo, porém, já escolheu um sucessor.
Em 2015, os membros do grupo terrorista Boko Haram, conhecido por sequestrar alunas locais, juraram lealdade ao EI. Cerca de quatro mil dos seus combatentes operam nas selvas do nordeste da Nigéria, atacando postos do exército, vilas e cidades. Sequestram civis e matam soldados na Nigéria, no Chade, no Níger e no Burkina Faso.
No mesmo ano, os Aryan Pashtuns formaram uma afiliada afegã do EI nas montanhas da província de Nangarhar, no leste do país. A partir dessa base, realizaram uma onda de atentados suicidas em Cabul e noutros lugares. Executaram publicamente membros de tribos e dos Talibã, a quem acusavam de ter crenças islâmicas pouco extremas.
No seu auge, o grupo tinha cerca de três mil combatentes, mas ataques dos EUA e do Afeganistão reduziram o seu número para, aproximadamente, 300. Um líder afegão, Abdullah Abdullah, descreveu o grupo como “fanáticos que estão além dos limites e são incapazes de negociar”.
Desde 2014, um grupo de beduínos na península do Sinai, no norte do Egito, realizou vários ataques em nome do EI, explodindo um avião russo que transportava mais de 200 pessoas, massacrando dezenas de cristãos coptas nas suas igrejas e matando mais de 200 fiéis numa mesquita muçulmana em Sinai.
Apesar das operações antiterroristas das forças armadas egípcias, que recebe assistência da Força Aérea de Israel, o grupo continua ativo.
Em 2016, nas Filipinas, vários grupos de terroristas e sequestradores ‘jihadistas’ locais prestaram juraram lealdade ao EI. O seu ataque mais notável foi a conquista da cidade de Marawi, em 2017, no qual queimaram igrejas católicas e fizeram mais de 1.700 reféns, antes de serem atacados por um exército de 10 mil soldados filipinos, apoiados pelos EUA.
A franquia do EI nas Filipinas continua ativo e, recentemente, explodiu uma igreja católica.
Já os ‘jihadistas’ do norte da Líbia juraram lealdade ao EI em 2015 e receberam assistência, treino e apoio financeiro dos comandantes do grupo. Os terroristas capturaram a cidade costeira de Sirte, que nomearam como “Raqqa à beira-mar”, uma capital alternativa caso o EI perdesse as suas terras principais na Síria e no Iraque. No início desse ano, decapitaram dezenas de cristãos coptas e cristãos etíopes.
Após meses de intenso combate urbano, milícias da cidade vizinha de Misurata, apoiadas pelos EUA, retomaram Sirte. Os combatentes do EI retiraram-se para o deserto no sul do país, que é agora a sua base para ataques, como foi o caso da captura de uma cidade, em abril de 2019, e a decapitação pública de um líder local.
Existem outros afiliados do EI no Níger, no Mali, no Iémen e na Somália. Células terroristas que reivindicam afiliação ao grupo realizaram ataques na Turquia, no Sri Lanka, em Bangladesh, na Tunísia, na Arábia Saudita, no Irão, no Daguestão e em Caxemira.
Mandaram embora os americanos como força tampão e agora lamentão-se da expansão dos terroristas do EI. Fizeram tanta força diplomática, Europa incluída que agora é o salve-se quem puder e se calhar muitos veem passar férias a Portugal, aliás toda a gente os vê por aí, alguns vestidos de preto com barbas e cabelo comprido ate metem medo e não vieram a pé passaram no Aeroporto.
Mandam embora de onde?
Quem?
Deves estar engano no planeta!..