A instabilidade que se abateu nas últimas semanas sobre o setor bancário revelou-se vantajosa para a principal criptomoeda.
As últimas semanas de 2022 não faziam antever um futuro risonho para a bitcoin. Dia após dia, a criptomoeda mais negociada do mundo registava quedas, tendo chegado a desvalorizar mais de 60%. Entre crises de confiança e escândalos que atingiam os seus representantes, muitos vislumbraram o seu fim — à semelhança do que aconteceu com outras moedas digitais.
Mas o novo ano trouxe também nova vida à bitcoin, que valorizou mais de 71% até ao final de março deste ano. Trata-se da maior subida a três meses desde o primeiro trimestre de 2021, com as negociações a acontecerem na fasquia dos 26 mil euros.
Esta subida está a influenciar todo o mercado composto por mais de 20 mil criptoativos a ganhar 390 mil milhões de dólares, o equivalente a 359 mil milhões de euros no câmbio atual. Isto depois de as perdas do último ano se terem cifrado em 1,5 biliões de dólares — 1,38 biliões de euros.
Para esta subida não terá sido indiferente a instabilidade que se vive por estes dias no mercado bancário nos Estados Unidos da América e na Europa. Neste contexto, as criptomoedas parecem ter assumido um papel de “ativo-refúgio”.
Em declarações ao Negócios, Henrique Tomé, analista da Xtb, lembrou que “no início do ano tudo o que foram ativos de riscos valorizaram com a antecipação de cortes nos juros, o que depois não aconteceu e o mercado corrigiu“. A procura pela bitcoin neste momento deveu-se sobretudo à sua história. “Não nos podemos esquecer que a bitcoin nasceu após a crise financeira de 2008“, apontou o mesmo especialista.
Por outro lado, este ressurgimento também pode ser explicado com o fortalecimento do mercado de risco, fruto da união dos bancos, no sentido de fornecer liquidez.
Os sinais dados ao longo das últimas semanas podem ser interpretados como um sinal de que a criptomoeda tem um futuro risonho pela frente, fruto, da resiliência demonstrada. O momento também parece ser favorável, uma vez que “os mercados das taxas de juro” estão a passar da “incorporação nos preços de aumentos para cortes [nos juros diretores].