“Demissão, demissão!”. Milhares no Porto ao som de apitos e com cravos vermelhos

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

Participantes durante a marcha de protesto “Todos por Portugal”

Com apitos e cravos e a gritar “demissão”, milhares de pessoas, na maioria professores, concentraram-se hoje na rotunda da Boavista, no Porto, num protesto que irá ao encontro de António Costa, no Palácio de Cristal.

“Este protesto é de todos. Partiu da sociedade civil e todos foram convidados. Não estamos em representação de sindicatos”, disse à agência Lusa o representante do movimento “Todos por Portugal”, Joaquim Sampaio.

A marcha de protesto que junta professores e profissionais de outros sectores, seguiu em direcção ao Palácio de Cristal, onde o secretário-geral do PS e primeiro-ministro , António Costa, está presente n uma iniciativa integrada nas comemorações do 50.º aniversário do PS.

Com faixas onde se lê “Senhor Presidente, Socorro” ou “O dinheiro da corrupção resolvia os problemas da educação” e palavras de ordem como “Costa escuta, a escola está em luta”, a marcha junta manifestantes em representação de vários setores.

Predominando as camisolas pretas com as frases “Basta!” ou “Estamos em luta” e os cachecóis de Portugal, ao som de apitos e bombos, e com cravos vermelhos na mão, os manifestes vão seguir pela rua Júlio Dinis até ao Palácio de Cristal.

“Demissão” e “Portugal” são as palavras mais ouvidas junto a um camião que foi inicialmente “barrado pela PSP graças a pressões externas”, disse à Lusa Joaquim Sampaio.

Cerca das 14:00, a agência Lusa contactou o Comando Metropolitano da PSP do Porto que remeteu esclarecimentos para mais tarde.

A concentração, divulgada por um grupo de profissionais de Educação do Norte, “um grupo de professores em protesto contra o Governo”, como se intitulam, tem como objetivo chamar a atenção para o “empobrecimento da população”.

“As famílias têm vivido com grandes dificuldades financeiras devido à subida das despesas com habitação, alimentação, transportes, saúde, etc”, lia-se na convocatória do protesto.

“As lutas e manifestações de professores, médicos, enfermeiros, funcionários judiciais, agricultores, maquinistas e muitos outros, têm mostrado o grande descontentamento que hoje se vive em Portugal”, acrescenta a convocatória. “O Governo perdeu a razão e está a votar os portugueses ao empobrecimento”.

Lídia Faria, professora de 52 anos, juntou-se à concentração exactamente por estas razões. “Isto só muda se as pessoas se mostrarem, gritarem e exigirem”, disse à Lusa.

Ao lado, com uma faixa com o lema “Em defesa da escola pública”, Beatriz Lima, de 45 anos, acena com a cabeça e diz que “Portugal precisa de melhores políticos”.

Ao longo da semana, os vários organizadores deram conta de que esperavam a presença de organizações de vários setores – económico, social, cultural, ambiental – e apelaram à participação da sociedade civil.

Paralelamente, com a presença do primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, atual presidente da Internacional Socialista, e do presidente do Partido Socialista Europeu (PSE), Stefan Löfven, ex-primeiro-ministro da Suécia, decorre esta tarde no Palácio de Cristal, no Porto, uma iniciativa integrada no programa de comemorações do 50.º aniversário do Partido Socialista português.

Estão previstas as intervenções de António Costa e de Manuel Alegre, bem como do secretário-geral da Juventude Socialista, Miguel Costa Matos, da presidente da Associação Nacional de Autarcas Socialistas, Isilda Gomes, e do presidente da Federação Distrital do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues.

As comemorações incluem actuações musicais de artistas nacionais, como GNR, Quim Barreiros e Bárbara Tinoco, entre outros.

// Lusa

5 Comments

  1. Fuga do PM, ministros em competição, o país a gritar! É um governo execrável e indigno desse nome. Isto parece uma máfia! Socorro sr. Presidente!…

  2. Lembram-se quando apareciam uns indivíduos durante intervenções públicas de elementos do XIX Governo, liderado pelo ex-Primeiro-Ministro, Pedro Coelho, com palavras de ordem e cantar a Grândola Vila Morena? Era uma encenação, o objectivo era dar a falsa ideia de oposição ao Governo da época.
    Estas recentes manifestações dos Professores – assim como outras – são igualmente uma encenação, com o objectivo de dar a mesma falsa ideia de que existe oposição, desta vez, ao XXIII Governo liderado pelo Sr.º Primeiro Ministro, António Costa.

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