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“Regozijo e satisfação”. Costa elogia mudança de planos da TAP

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Comparsa Fotografia / Flickr

O primeiro-ministro elogiou, esta quarta-feira, a decisão da TAP de adicionar e ajustar os planos de rota, considerando que “quem emenda o erro merece regozijo e satisfação”.

Esta quarta-feira, em comunicado, o Conselho de Administração da TAP — órgão que integra o Estado e que é detentor de 50% do capital — indicou que “a companhia está empenhada e vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos, nomeadamente associações empresariais e entidades regionais de turismo”.

O Conselho de Administração referiu ainda que pretende “viabilizar o maior número de oportunidades, adicionar e ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera”.

Os administradores indicaram ainda que este plano, “considerando o período difícil que Portugal atravessa, ficará, naturalmente, subordinado aos constrangimentos legais que existam quanto à mobilidade das pessoas e ao transporte aéreo”.

De imediato, o primeiro-ministro regozijou-se com este anúncio. “Quanto à TAP, só me posso regozijar que quem erra emende o erro. Isso não merece censura. Isso, pelo contrário, merece regozijo e satisfação”, declarou António Costa, que falava em conferência de imprensa, em São Bento.

Segundo o primeiro-ministro, “é essencial para o país que a TAP seja bem gerida, que tenha condições de sustentabilidade e que seja um instrumento de desenvolvimento e coesão nacional”.

A TAP é um instrumento fundamental para o país. Por isso, logo no início do meu primeiro Governo fiz questão de recomprar 50% do capital. Queremos que a TAP continue a ser um parceiro essencial do desenvolvimento do país — um desenvolvimento que tem de ser feito no seu todo, aproveitando e rentabilizando todas as infraestruturas que o país dispõe”, acentuou.

Costa referiu ainda que o aeroporto de Lisboa está saturado e que “o aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto é uma infraestrutura extraordinária, mas tem subutilização”. “Ora, não é uma boa gestão dos recursos concentrar toda a atividade num dos aeroportos, não aproveitando todo o potencial dos outros aeroportos do país”.

AMP diz que comunicado da TAP “sabe a pouco”

Em declarações à rádio TSF, o presidente da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, disse que o comunicado “sabe a a pouco”, sendo “muito vazio de conteúdo” na resposta aos problemas.

Foi uma desilusão, apesar de sentir que houve uma porta entreaberta”, afirma à rádio o também presidente da Câmara Municipal de Gaia, acrescentando que espera ver “um plano num curtíssimo espaço de tempo”.

O autarca aponta mesmo este fim-de-semana como limite para ver a questão “perfeitamente resolvida”, até porque o tecido económico e as universidades da região Norte precisam de respostas. Eduardo Vítor Rodrigues dá como exemplo a Universidade do Porto, “que tem o maior volume do programa Erasmus do país”.

“Não é viável nenhum plano que exclua destinos que são os tradicionais da nossa atividade económica, como Milão, Madrid, Barcelona ou Paris”, acrescenta o presidente da AMP, que diz serem “óbvios numa fase destas” e aos quais se juntam os destinos de onde vêm muitos emigrantes.

Turismo do Porto e Norte satisfeito com a decisão

Em entrevista à rádio Renascença, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, considerou “sensata” esta decisão da TAP.

“Vemos isto como uma boa noticia. É uma posição e uma decisão sensata, que vai ao encontro das palavras do senhor primeiro-ministro e que vai, também, ao encontro daquilo que foi solicitado por um conjunto de autarcas do país e pelas entidades regionais do turismo”, declara.

O responsável pelo turismo do Porto e Norte de Portugal espera que venha a surgir “um plano completamente diferente, que cumpra aquele que é o objetivo: Termos uma companhia de bandeira que deve cumprir o grande objetivo de não estar, apenas, ao serviço de uma região, mas de estar ao serviço de todo o país.”

Plano de apoio à TAP “terá critérios ambientais”

Entretanto, em entrevista ao Jornal de Negócios, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, assegurou que o plano de apoio à TAP “terá nos seus múltiplos critérios também critérios ambientais“.

A TAP tem a sua operação praticamente parada desde o início da pandemia, à imagem do que aconteceu com as restantes companhias aéreas, prejudicadas pelo confinamento e pelo encerramento de fronteiras para conter a covid-19.

O Estado e os acionistas privados da transportadora estão há várias semanas em negociações para decidir como é que o dinheiro vai ser injetado. Estima-se que a injeção do Estado deverá rondar os mil milhões de euros.

Desde 2016 que o Estado, através da Parpública, detém 50% da TAP, resultado das negociações do Governo com o consórcio Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman), que ficou com 45% do capital da transportadora. Os restantes 5% da empresa estão nas mãos dos trabalhadores.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Se Neelman/Azul têm Embraers (mesmo q em Leasing na Azul, paga por eles-nem que seja uma parte), nesta fase de tanta urgência na rentabilização da ocupação dos voos da TAP, alguns que mesmo com menor lotação precisam ser feitos (como se viu alias pel recente polemica de lotação dos voos com partida no Porto) porque não se acorda com Neelman que uma parte do seu contributo no esforço de recapitalização da TAP seja feito pela cedência temporária (durante a crise) , de alguns deles à TAP? Não será uma forma de, com mais umas quantas aeronaves menores como os Embraer 190 e 195 (iguais as que a TAP ja tem) se assegurar mais rentabilidade e/ou menores prejuízos em rotas indispensáveis mas de recuperação lenta ou imprevisível??? Imaginem as ligações regulares Porto-Lisboa-Algarve e Porto-Europa (que são indispensáveis), invés de serem feitas pelos Embraer (como os que a TAP já tem) serem feitas de vez em quando com 20 ou 30 passageiros num Airbus da TAP!?

  2. Ainda me questiono para quê é que este governo voltou a comprar aos privados 50% da TAP quando esta já estava privatizada! … Agora vamos ter que injetar dinheiro dos contribuintes numa empresa falida quando esse dinheiro podia estar a ser canalizado para hospitais, justiça ou até apoios sociais…enfim 56% do povinho votou nisto, isto que vai nos custar bem caro a nós e gerações futuras….

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