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Decisão do Reino Unido “não é correta nem objetiva” e causa “uma sensação de injustiça”

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Rodrigo Antunes, José Sena Goulão / Lusa

Pedro Siza Vieira, Marcelo Rebelo de Sousa

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, defendeu esta quinta-feira que a saída de Portugal da lista de países seguros do Reino Unido não é correta, nem fundamentada por razões objetivas. O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que a decisão causa “uma sensação de injustiça”.

“Não é uma decisão correta, que seja fundamentada por razões objetivas de controlo da doença. O Reino Unido não cumpre o critério que definiu para a quarentena dos visitantes”, afirmou Pedro Siza Vieira, que falava aos jornalistas à margem da inauguração da nova sede da Auchan Retail Portugal, em Paço de Arcos, distrito de Lisboa.

O ministro da Economia lembrou por outro lado que a União Europeia definiu que os países não devem aplicar “restrições à circulação” dos cidadãos dentro do espaço europeu.

Siza Vieira salientou ainda que os operadores económicos e turísticos vão ter um ano ainda mais difícil na sequência desta decisão. “Para os cidadãos britânicos, também não tem qualquer fundamento. Uma pessoa que possa estar em férias em Portugal ou em negócios, de repente é confrontado com esta decisão”, exemplificou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reagiu por sua vez à decisão do Governo britânico de voltar a excluir Portugal continental do chamado corredor aéreo declarando que causa “uma sensação de injustiça“.

Em resposta a questões dos jornalistas, no final da inauguração da nova sede da empresa Auchan Retail Portugal, em Paço de Arcos, no concelho de Oeiras, o chefe de Estado apontou o Algarve, em particular, como sendo “injustamente punido por esta decisão“.

“Mas temos de continuar, olhar em frente. O que é preciso nestas situações críticas – e eu vou ter reuniões esta semana com a hotelaria – é resiliência, resistência”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Governo britânico retirou Portugal da lista de países seguros, com exceção das regiões da Madeira e Açores, e a partir de sábado obriga a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido, foi hoje anunciado.

“Através de informação aperfeiçoada, temos a capacidade de avaliar ilhas separadas dos seus países continentais. Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Madeira, não precisará de se isolar por 14 dias”, escreveu o ministro dos Transportes, Grant Shapps, na rede social Twitter.

De acordo com o ministro, a medida, que também afeta a Hungria, Polinésia Francesa e ilha da Reunião, entra em vigor às 04:00 de sábado em Inglaterra. Grant Shapps acrescentou que a Suécia vai passar a estar isenta de quarentena.

A Escócia já tinha excluído Portugal da sua lista de “corredores internacionais” a partir de 05 de setembro, enquanto que o País de Gales aplicou restrições um dia antes, mas manteve a Madeira e Açores isentos de quarentena.

Portugal só foi incluído na lista dos países com “corredores de viagem” com o Reino Unido há três semanas, em 20 de agosto, porém o aumento contínuo do número de casos de infeção em Portugal terá pesado na decisão, que era esperada na semana passada, quando ultrapassou o nível de 20 casos por 100 mil habitantes. Na altura, Shapps alegou que não excluiu Portugal devido à “taxa de positividade” em declínio.

Portugal contabiliza pelo menos 1.852 mortos associados à covid-19 em 62.126 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS). O índice de transmissibilidade efetivo (Rt) encontra-se atualmente nos 1,12, um valor considerado de risco.

A situação epidemiológica de covid-19 em Portugal agravou-se desde meados de agosto, de acordo com um estudo da Direção-Geral da Saúde (DGS) e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), tendo sido registadas 3.909 novas infeções entre 17 e 30 de agosto.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. Não sou político nem percebo nada de política, porém não precisamos de sermos muito espertos para ver se abrimos as portas a todos, não estamos a proteger os interesses do país, mas sim interesses próprios. Se a Inglaterra seguisse a nossa lógica tinham hoje 5 a 10 x mais casos do que têm. Parabéns à Inglaterra e era bom que Portugal aprendesse com eles.

  2. E a economia senhores, tão só a economia.
    O governo , queria aproveitar a primeira quinzena de ferias dos britanicos , tal como eu pensava , aconteceu.
    Os britanicos , não querem ficar mal , como tal deram a isca e agora vão colher o peixe .
    E tão triste , não termos visao de futuro .
    E agora os senhores hoteleiros que nunca trataram bem os tugas , até já imploram , façam
    como muitos portugas , façam o manguito e passem férias noutras paragens cá dentro de portas .
    Mas não há problema o pais paga uns cobres
    dá subsídio de desemprego aos que não fazem falta nos hotéis e quando fizerem falta, se vierem a fazer!Há grupos hoteleiros a pagar ordenados minimos , e ninguem fiscaliza ,mas tambem esses vão a sopa do Sidónio dos subsidios.
    Cuidem-se

  3. Os ingleses não brincam ficaram a saber da FESTA DO AVANTE E DE OUTRAS, e diz o Marcelo que é um INJUSTIÇA!!!!!!
    Claro que queriam, deram a FESTA DO AVANTE, contra a vontade dos portuguêses e de uma Petição com mais de 40.000.
    Só para fazer a vontade a um partido Ditador pequeno PCP, pois para esses aprovarem o Orçamento e fazerem novamente a GERINGONÇA. E assim ignoraram a OMS Organização Mundial de Saúde, pois não é o mesmo da DGS que o governo é que manda, apoiado por Marcelo para o Orçamento ser aprovado pela esquerda.
    Coitado do Marcelo já nem é PSD, voltou-se para a esquerda…
    POVO ABRAM OS OLHOS, TIREM AS PALAS PARA VEREM MELHOR DE FRENTE E DOS LADOS…

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