O líder do PSD questionou o primeiro-ministro se pretende “fomentar o desemprego” com o aumento do salário mínimo. O chefe do Governo manifestou-se “completamente perplexo”.
Na abertura do debate sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, na Assembleia da República, o primeiro-ministro, António Costa, convidou os partidos, os parceiros sociais, as regiões autónomas e as autarquias locais para darem o seu contributo, porque “a superação desta crise é um desígnio que nos deve unir“.
Na perspetiva do chefe do Governo, Portugal está perante “um triplo desafio: controlar a pandemia; recuperar da crise económica e social que a covid-19 gerou; e garantir que, com a recuperação, se constrói um futuro mais robusto, com menos desigualdades, mais próspero, mais coeso e mais sustentável”.
“Estes desafios não se esgotam na emergência de saúde pública, nem na urgência de proteger rendimentos, empregos e empresas. Temos de ser mais exigentes olhando no médio e longo prazo”, advogou o líder do executivo.
“A recuperação tem de nos permitir acelerar o futuro. Temos de sair desta crise mais fortes. Com serviços públicos mais eficientes, empresas mais capitalizadas e produtivas, com emprego mais qualificado e com melhores salários. Por isso, é fundamental dispormos de uma Visão Estratégica com um horizonte duradouro, que seja um guia orientador das políticas públicas e um quadro inspirador dos agentes económicos, da comunidade científica, do setor social e da cidadania”, declarou.
Rio compara Costa a Sócrates, PM atira com Passos
O presidente do PSD questionou o primeiro-ministro se pretende “fomentar o desemprego” com a promessa de um “aumento significativo” do Salário Mínimo Nacional (SMN).
“Faz-me lembrar quando o Governo do PS do engenheiro Sócrates aumentou os funcionários públicos em 2,9% sem condições para o fazer e, em seguida, teve de cortar esses salários”, criticou Rui Rio.
O líder do PSD reiterou que este Plano de Recuperação e Resiliência deve ter como prioridade as empresas e disse ser favorável a aumentos do SMN num quadro de “desemprego baixo e com economia a crescer”.
“Mas no presente em que o desemprego é enorme, em que a economia está a cair e a inflação é nula e negativa, qual o objetivo do Governo em aumentar o SMN? Fomentar mais o desemprego, aumentar mais as falências, agravar os custos das empresas?”, questionou, dizendo estar consciente que este discurso “não é agradável” e “não rende um voto”.
Na resposta, o primeiro-ministro manifestou a sua “enorme perplexidade” por o líder social-democrata ter falado num debate sobre uma questão estratégica “sem uma única ideia e sem uma única proposta para o futuro”.
“A única ideia que revelou ficou implícita na sua preocupação sobre o salário mínimo nacional. Até me pareceu ouvir o seu antecessor [Pedro Passos Coelho] falar aqui, em 2016, quando defendeu que o aumento do salário mínimo ia destruir a criação de emprego, ia destruir as empresas e a economia. Mas demonstrámos ao seu antecessor – e o senhor estará cá também para ver – é que o reforço do rendimento das famílias é uma condição essencial para revitalizar a economia”, contrapôs Costa.
Ainda na resposta ao presidente do PSD, o primeiro-ministro defendeu que as empresas do futuro não são as empresas dos baixos salários“.
“São as empresas que beneficiam do investimento na inovação, que reforçam o seu capital, que se modernizam e aumentam a sua presença no mercado externo. Quem conta os cêntimos do salário mínimo nacional são mesmo aqueles que recebem o salário mínimo. E para esses temos de responder prosseguindo com a trajetória de aumento do salário mínimo”, frisou.
BE e PCP concentram-se no Orçamento
“Estamos numa das maiores crises de que temos memória e, no BE, não desconhecemos a enorme dificuldade que a crise coloca ao Estado e às administrações, mas estamos a pouco mais de duas semanas da entrega pelo Governo da sua proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) e nada se sabe“, afirmou a coordenadora do Bloco.
Segundo Catarina Martins, o seu partido procura “medidas consistentes e verdadeiras”, pois “o tempo é curto” e é preciso “discutir, sim, o longo prazo”, mas antes disso “resolver as urgências e trabalhar nas soluções para o país”.
A bloquista elencou as “urgências do pais”. “Só nos meses de verão os profissionais da saúde fizeram seis milhões e meio de horas extraordinárias”, declarou, defendendo que é necessário contratar mais 4200 profissionais para o Sistema Nacional de Saúde, algo que fora acordado com o Executivo de Costa por ocasião do OE 2020, mas que tarda em ser cumprido.
A líder bloquista denunciou ainda a previsível “vaga de despedimentos e aumento do desemprego” e questionou o primeiro-ministro sobre se “pretende continuar a garantir o financiamento dos prejuízos do Novo Banco, mesmo sabendo que pode estar a ser enganado pela Lone Star”.
“Não encontramos resposta a estas questões porque mantém as opções e a orientação de política que fragilizou ao longo dos anos o país”, disse, por sua vez, o secretário-geral comunista, referindo-se ao documento elaborado por António Costa Silva.
Para Jerónimo de Sousa, “não é possível ir ao encontro das necessidades dos trabalhadores, do povo e do país sem uma rutura com a política” que colocou Portugal “nesta situação”, devendo o Governo “bater-se para que os fundos comunitários sejam integrados numa estratégia nacional de desenvolvimento” e não subjugados a “imposições da União Europeia”.
O PCP defendeu a recuperação económica através de uma “política de valorização dos salários e direitos dos trabalhadores”, a dinamização da economia pela “recuperação do controlo público de empresas e setores estratégicos” (CTT, aeroportos, entre outros), além de uma “política decidida de criação de emprego pela valorização da produção nacional e reforçando o emprego público (saúde, educação, segurança social).
Partidos pedem garantias, do SNS à aposta na ferrovia
A deputada do CDS, Cecília Meireles, defendeu “uma descida cirúrgica de alguns impostos, sobretudo aqueles que têm que ver com adiantamentos ao Estado ou uma nova moratória”.
“Esta medida não é dar dinheiro, é verdade, é não tirar, mas tem enorme vantagem, é de simples execução e é praticamente automática, não é preciso funcionários, não é preciso escolhas, não é preciso nada”, sustentou.
A centrista assinalou ainda que o plano tem “tudo e mais alguma coisa, menos medidas concretas”, tendo desafiado o primeiro-ministro a explicar se está em cima da mesa “uma lista de obras públicas” ou uma “diferença concreta na economia”.
Por seu turno, a líder parlamentar do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, destacou que o mundo ainda vive uma crise climática. “Precisamos de medidas mais arrojadas e de ação concreta”, frisou, advogando que o Plano de Recuperação e Resiliência “continua agarrado ao passado” e “não dá oportunidade de ter uma visão mais progressista para uma agenda mais sustentável”.
A líder parlamentar do PAN frisou ainda que “o país e o planeta precisam de ação” e de “uma visão disruptiva”, e defendeu medidas para o combate às alterações climáticas, como por exemplo, a redução de resíduos, o combate ao uso de plástico, ou ainda redução das emissões no setor da pecuária.
O deputado José Luís Ferreira, do Partido Ecologista “Os Verdes”, sublinhou o receio de que a aplicação dos fundos comunitários seja uma “oportunidade perdida”, defendendo que é “necessário pensar o futuro delineando caminhos de sustentabilidade” e apostar na produção nacional e na soberania alimentar.
A Iniciativa Liberal, pela voz do deputado único João Cotrim de Figueiredo, caracterizou a proposta em debate como “um catálogo de dezenas de medidas em que tudo é essencial, ou seja, em que nada é prioritário“.
Já André Ventura, do Chega, voltou a lamentar que o plano separe “o país público” do “país privado”, numa referência ao investimento previsto para o Estado e setor empresarial, argumentando que a divisão só pretende “agradar à esquerda” numa “espécie de salve-se quem puder”.
Esta segunda-feira, em São Bento, António Costa apresentou aos partidos com assento parlamentar o Plano de Recuperação e Resiliência, mas a reação geral foi de incerteza e desânimo.
ZAP // Lusa
E o irreversível do Paulo Portas não é chamado??? nem que seja para perguntar o que é feito das despesas dos Submarinos.
Coitado do PPC… já saiu há mais de 6 anos e continua a ser chamado para quando é necessário defender o indefensável… lá vem o PPC como exemplo. Parabéns PPC. Nunca um ex Primeiro Ministro (a quem roubaram o lugar), foi tão chamado como exemplo em debates do governo de ladrões…
Sim, o PPC ficará para sempre como o exemplo do resultado da venda do país ao desbarato (EDP, CTT, etc, etc), enquanto esmifrava o povo, cortava no SNS, etc, e, mesmo assim, conseguiu aumentar a dívida e deixar-nos o Novo Banco (“banco bom” dizia ele – afirmando que o NB não iria ter custos para os contribuintes)!!
Um autêntico “salvador”!…
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Roubaram-lhe o lugar?!
No PSD não há eleições?
Não há maior cego do que aquele que não quer ver… consulte a dívida de Portugal agora e no tempo do PPC. É fácil atirarem pedras ao ar, mas quem já deu do nosso dinheiro para o Novo Banco e forma milhões, foi o desgoverno deste kosta do kastelo.
Veja o comentário do afoso…
Eheheh… um cego a dar conselhos…
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Então, queres que eu consulte a dívida agora??
Ok, mas agora tem-se vendido a país/empresas estratégicas ao desbarato?
Quais?
Tem-se esmifrado o “povo”, roubando subsídios e reformas, aumentado IVA da eletricidade, etc, etc??
Acho que não…
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Sim, quem tem dado o NOSSO dinheiro ao NB é o Costa (nem é bem o Costa mas sim o Fundo de Resolução criado no governo do PPC) mas, segundo o Passos (e companhia) a resolução do NB não era como as anteriores (BPN) e o NB não precisaria de dinheiro dos contribuintes!!
Então não precisava e, o buraco que ele nos deixou já vai em mais de 7 mil milhões de euros??
Boa; excelente serviço!!
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O PPC estava bem junto com o Sócrates (continuo a não achar apenas coincidência o facto de ambos terem andado na JSD)!…
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O comentário do “afoso o que tem?
Ainda é mais disparatado do que o teu!…
Por favor, Sócrates e Passos Coelho voltem! Sócrates, muitos destes foram teus funcionários, mas não sabem funcionar sem ti. Só sabem dar mordomias aos amigos e funcionários públicos. O atual primeiro ministro da extrema esquerda, agora entalado pelo Marcelo, está danadinho para abandonar o governo e ser eleito presidente da UE ou da ONU.
Embora isso possa vir a representar um enorme desafio ás empresas, que terão de continuar a procurar inovar e formar, o que muitas vezes se torna já de si um processo de desenvolvimento pouco esperançoso, não existe a mais pequena dúvida que o salário mínimo tem de caminhar de encontro ao que se verifica nos países mais desenvolvidos, e as soluções passam por aí, aliadas a um processo de maior produtividade que temos de conseguir por força da nossa atenção, concentração e ritmo, do nosso desempenho diário.
Aqueles que nos governam, têm a obrigação de nos lembrar isso diariamente, e penso que sobretudo este primeiro ministro tem apontado sempre nesse sentido, permitindo que embora reticente de início, hoje seja um quase exultante defensor da sua determinação e convicções.
Não me movo por partidarismos cegos, e acho uma aberração aparecerem comentários como os da Elsa que no pouco (nada) que diz, mostra um total despudor para tratar as pessoas de coitados, sem noção nenhuma daquilo que é o sistema legislativo português (aprenda de uma vez que ninguém roubou nada a
ninguém), o líder do PSD como partido mais votado, foi convidado a formar governo, não tendo o seu PPC capacidade ou engenho para tal, e assim, para fortuna de todos nós, com total empenhamento e mérito, avançou quem se apresentou capaz de o conseguir. Retenha também “Mestras” Elsa, que os ladrões vêm de todos os quadrantes, e por muito que tente sacudir, o seu partido ao longo dos anos provou ter muitos inclusive o PPC que para além de se esquecer de pagar impostos, desviou muitos milhões para pseudo ações de formação que nunca se realizaram. Como governante esse PPC não é em nada exemplo para ninguém, deixando também muito a desejar como pessoa de bem. Tenha juízo, sugiro que descarregue a sua perturbação e fúria na parede que lhe estiver mais próxima podendo até ir de cabeça. Boa aventura.
Felizmente os portugueses são sempre pessoas que se acham cheias de razão. Para quê contestar? De novo repito, que é mais cego o que não quer ver do que o que não tem mesmo visão.
E acabo os comentários.
“Felizmente os portugueses são sempre pessoas que se acham cheias de razão.”
Sendo assim, tu és das pessoas mais portuguesa a comentar!…
A Elsa faz muito bem em acabar os comentários, não se esqueça contudo de enfiar o chapéu relativo aos invisuais que lhe assenta na perfeição, e já agora, para além de não querer ver, lembro-a de que também deve ter dificuldade em raciocinar ou não colocaria a questão da dívida da forma como o fez, as dívidas “medem-se” em percentagem do PIB, sabe o que é?
A não esquecer, cabeça na parede OK?
Partidos entoam ladainhas. Politicos sao permissiveis a corrupcao, domionio e poder… Nao se ve nada de bom.
Falam no futuro, mas este esta hipotecado…’e uma vergonha. Quem perde com tudo isto??? somos todos culpados, instaloes uma culdura de facilitismo e de deixa andar depois se vera….
Problemas nao sao de agora… nunca se conseguio mudar as elites do poder porque estas dependem do poder e teem o poder como seu sistema… povo nao ‘e esperto nem ‘e inteligente e nao consegue unir se em torno de valores e ideias para si…
Portugal ‘e pais velho da uma europa velha com muitas tradicoes e rico em cultura em que sua maior riqueza ‘e ter um povo resiliente com muitos defeitos mas com uma forca de vencer muito muito acima dos outros povos…. viva portugal….
abaixo todos aqueles que o querem destruir….