Debate de Mariana com Raimundo deu à luz nova gerinçonga

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ZAP // António Pedro Santos, Filipe Amorim / Lusa

Os líderes do Bloco de Esquerda e da CDU não rejeitaram entendimentos pós-eleitorais com o PS, mas apenas desde que este partido aceite “romper com a actual política”, com Mariana Mortágua a acusar Pedro Nuno Santos de “viragem à direita”.

Sendo “muito mais o que os une”, Mariana Mortágua e Paulo Raimundo tentaram explicar o que os separa, no frente-a-frente entre os líderes do Bloco de Esquerda e CDU na pré-campanha para as legislativas de 18 de Maio, na RTP3

Mas registaram-se sobretudo convergências entre os dois partidos de extrema-esquerda. Para começar, ambos os partidos pretendem romper com as políticas do atual Governo e veem com preocupação crescente o posicionamento do PS.

Mariana Mortágua criticou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, em matérias como a habitação― acusando-o de “desistir das pessoas” ― ou na imigração, onde disse que “foi de arrasto” com a política da direita.

Questionados sobre a disponibilidade para entendimentos pós-eleitorais com o PS, nenhum dos dois líderes partidários fechou a porta, mas ambos impuseram condições de rutura para negociar uma eventual nova geringonça.

“O entendimento depende das políticas. O BE apresenta prioridades às eleições e cá estaremos para conversar com o PS e todos os deputados que queiram mesmo um tecto às rendas, uma política fiscal justa e que queiram mesmo respeitar quem trabalha por turnos”, respondeu Mariana Mortágua.

A coordenadora do BE lamentou que se fale tanto “em matemática” nestas eleições e considerou que “há um elefante na sala“: “A viragem à direita que faz o PS nestas eleições à espera de conseguir o apoio do PSD caso fique com um deputado à frente do PSD”.

“A pergunta que devemos fazer é se PS com PSD ou se PSD com PS vão fazer aquilo juntos que não fizeram separados”, apontou.

Sobre Luís Montenegro e o caso Spinumviva, Mortágua considera que o primeiro-ministro violou a regra de exclusividade de funções por a empresa que fundou ter avenças com empresas, mas prometeu “dispensar a esse tema o mínimo de tempo”.

Raimundo considerou por seu turno que “a única atitude que Luís Montenegro deveria ter tomado era demitir-se”.

O secretário-geral da CDU defendeu que “o país precisa de tudo menos da continuidade da política que está a ser seguida“, e que disse não ser exclusiva do Governo PSD/CDS-PP.

“Todos aqueles que queiram vir para este caminho romper com o caminho actual podem contar connosco. Aqueles que acham que em 2029 é que é a altura porreira — desculpe a expressão — para o salário mínimo nacional ser fixado num valor que é hoje já praticado em Espanha, não estão a ver bem“, considerou.

ZAP // Lusa

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