Há mais de o dobro de trabalhadores com o ensino básico em Portugal do que na UE. No entanto, o país segue o sentido inverso da União Europeia — a taxa de emprego subiu em vez de descer.
São mais de 32% os trabalhadores portugueses que completaram apenas o ensino básico. Na União Europeia, a média são 14,9%, segundo os dados mais recentes da Eurostat.
E isto mesmo com o nível de qualificação da população portuguesa a subir: o ano passado, mais 96 mil licenciados entraram no mercado de trabalho, um número que tem aumentado todos os anos.
É a primeira vez em que Portugal deixa de ter a maior fatia da população no mercado de trabalho com menores qualificações — agora, 34,6% destes portugueses concluíram o ensino superior. Mas estes progressos não bastam para a média da UE.
Para além disso, Portugal é o nono país da União Europeia onde a população é mais sobre-qualificada. 16% dos portugueses têm mais qualificações do que as necessárias para desempenhar o seu trabalho atual.
Ainda assim, este desajuste fica abaixo da média do bloco de países: 21,3%, e os vizinhos espanhóis estão também em piores lençóis, com este desfasamento a atingir os 35,0%, o pior da UE.
Taxa de emprego aumentou em Portugal
Ao contrário da UE, no entanto, há mais emprego em Portugal. A taxa de emprego acelerou, em 2024, para os 78,5%, face aos 78,0% de 2023 e aos 77,1% de 2022.
A taxa de emprego na União Europeia atingiu, em 2024, um novo máximo de 75,8% e 197,6 milhões de pessoas entre os 20 e os 64 anos, segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
Esta é, de acordo com o serviço estatístico europeu, a mais alta taxa de emprego registada desde o início da série cronológica, em 2009.
Carolina Bastos Pereira, ZAP // Lusa