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CTT cortam 800 postos de trabalho e funcionários entram em greve

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Mika Stetsovski / Flickr

Os CTT preveem reduzir cerca de 800 pessoas nas operações da empresa ao longo de três anos, devido à queda do tráfego do correio, de acordo com o Plano de Transformação Operacional hoje divulgado.

Este plano de reestruturação, que inclui a redução das remunerações da administração, estima “uma potencial redução de cerca de 800 trabalhadores a tempo inteiro nas operações ao longo de três anos, em consequência da queda do tráfego do correio, de um total de 6.700 efetivos”, dos quais 6.200 efetivos e perto de 500 contratados a termo, referem os CTT em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os gastos totais estimados, não recorrentes, são de 25 milhões de euros. No âmbito da otimização de recursos humanos, os CTT querem continuar a “eliminação de redundâncias”.

Do objetivo anteriormente anunciado de reduzir cerca de 200 trabalhadores, 140 já aceitaram sair da empresa até final deste ano, sendo que os gastos estimados são de 14 milhões de euros.

Além disso, o Plano de Transformação Operacional dos CTT prevê também a redução de 25% da remuneração fixa do presidente do Conselho de Administração, António Gomes Mota, e do presidente executivo, Francisco de Lacerda, anunciaram hoje os Correios.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), os CTT adiantam que está prevista a redução de 15% da remuneração fixa para os restantes membros executivos e não executivos do Conselho de Administração em 2018, face aos níveis atuais.

Não haverá lugar a remuneração variável para a Comissão Executiva referente a 2018, nem em 2017″, afirmam os CTT, referindo que também se aplica a “limitação dos aumentos salariais não obrigatórios para os colaboradores” no próximo ano.

Está também prevista uma “forte redução da remuneração variável dos colaboradores referente a 2017″, acrescentam.

O plano também prevê uma redução dos gastos com fornecimentos e serviços externos (FSE), cujo objetivo de poupança anual até 2020 é de seis a sete milhões de euros.

Além da redução de 800 colaboradores em três anos, os CTT pretendem ainda racionalizar ativos não estratégicos (mais ou menos 30 propriedades), “poupando gastos associados com os mesmos”. Os CTT estimam receitas relativas ao encaixe de 12 a 13 milhões de euros, sendo que o valor contabilístico atual é de seis milhões de euros.

“O Plano de Transformação Operacional abrange uma grande parte da estrutura de gastos dos CTT e todas as categorias do mesmo”, acrescentam.

Os Correios de Portugal querem ainda otimizar a cobertura da rede de lojas através da conversão de lojas em postos de correio ou fecho daquelas com pouca procura por parte dos clientes, com gastos estimados de 15 milhões de euros (não recorrentes). Neste âmbito, a poupança anual estimada ronda os seis/sete milhões de euros.

Os CTT garantem, contudo, a “manutenção do número de pontos de acesso, assegurando a proximidade com os cidadãos, qualidade do serviço e as obrigações regulatórias”.

Trabalhadores dos CTT em greve antes do Natal

Os trabalhadores dos CTT vão estar em greve na quinta e na sexta-feira por melhores condições de trabalho e pela manutenção dos empregos, numa altura em que foi anunciada a redução de 800 postos de trabalho.

Fernando Ambrioso, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, filiado na CGTP, disse à agência Lusa que “a paralisação deverá ter uma forte adesão, tendo em conta a mobilização demonstrada pelos trabalhadores nos locais de trabalho”.

O sindicalista prevê que a correspondência fique por distribuir nos dois dias da greve.

“Mas a população vai notar sobretudo os efeitos na distribuição do correio azul, dado que o correio normal já está a ser distribuído com muito atraso”, disse.

Fernando Ambrioso salientou que a redução de pessoal nos CTT tem levado à sobrecarga dos restantes trabalhadores e à degradação do serviço prestado.

A paralisação foi também convocada pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), filiado na UGT, e pelo SINQUADROS – Sindicato de Quadros das Comunicações.

Na prática, a greve de dois dias começa ainda hoje à noite dado que vários grupos de trabalhadores do centro de tratamento de correio de Cabo Ruivo, em Lisboa, iniciam o seu turno às 22:00 e às 23:00.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Bonito serviço!!
    Os CTT funcionavam bem e davam lucro, mas o governo anterior resolveu privatizar (não se sabe bem para servir os interesses de quem – mas certamente que não foi para servir o interesse do país nem dos portugueses!) e o resultado esta vista: pior serviço, mais caro e com despedimentos/fecho de estações anunciados!
    É o mercado a funcionar: ficaram com a “carne” (banco CTT, etc) e estão a deixam os “ossos” para o país/portugueses!!
    É nacionalizar os CTT e responsabilizar os bandidos que fizeram mais esta negociata que só prejudicou o país!!

  2. Sempre que vou a uma estação de correios, seja em que cidade for, tenho sempre a sensação de que precisam de mais funcionários!… sempre filas e lentidão no atendimento, e em 5 balcões, no máximo estão 3 a trabalhar…

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