Conselho Superior da Magistratura vai averiguar suspeitas sobre Ivo Rosa

Manuel de Almeida / Lusa

O juiz Ivo Rosa

As suspeitas surgem no âmbito de uma escuta telefónica em que um arguido associa o nome do juiz Ivo Rosa a uma alegada entrega de dinheiro no valor de 1.000 euros.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) vai averiguar as suspeitas sobre o envolvimento do nome de Ivo Rosa numa escuta de um processo de tráfico de droga, em que um arguido identificou o juiz e instruía para dar dinheiro.

“O CSM não tinha conhecimento destes factos, dos quais tomou conhecimento pelas notícias. Procederá às averiguações necessárias ao apuramento dos factos”, informou o órgão máximo de gestão e disciplina da magistratura judicial em resposta à Lusa, na sequência da notícia divulgada na quinta-feira pela revista Sábado.

A revista adianta que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) encaminhou o caso para o Tribunal da Relação de Lisboa.

Questionado pela publicação sobre esta matéria, o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC, mais conhecido por “Ticão”) disse não ter conhecimento do caso.

“Era juiz de turno e tive uma intervenção ocasional nesse processo”, explicou, sublinhando: “Não percebo porque é que alguém possa ter dito isso. Não percebo qual o objetivo disto ou porque possam ter usado o meu nome. Nunca estive numa situação semelhante“.

Em causa está a escuta realizada a uma conversa telefónica de um dos arguidos desse processo de tráfico de droga com a sua namorada, na qual pede para esta apontar o nome de Ivo Rosa para então passar à mãe e ao irmão, referindo que seria para dar 1.000 euros.

Contudo, não fica claro se o dinheiro teria como destino o irmão do arguido ou o próprio juiz, podendo tratar-se de uma situação de alegada corrupção, uma armadilha ou uso indevido do nome do magistrado judicial.

Ivo Rosa está neste momento dedicado em exclusividade ao processo “Operação Marquês“, ao caso BES/GES e ao processo Octapharma.

// Lusa

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