No arranque da VI Convenção Nacional da Iniciativa Liberal, que decorre até domingo, os críticos internos também se fizeram ouvir.
Segundo o jornal Público, um desses casos foi o militante José Cardoso, que afirmou que o partido tem sido “gerido de uma forma centralista, contrária ao espírito liberal”.
Da mesma forma, considerou que a última revisão estatutária feita pela comissão executiva encabeçada por João Cotrim de Figueiredo “foi um passo contrário ao liberalismo”.
“A falta de liberdade castra a energia individual das pessoas e leva a resultados inferiores”, apontou o militante, citado pelo jornal online Observador.
“Impediram no conselho nacional todas as tentativas de escrutínio da comissão executiva como previsto em estatutos e não permitiram a definição de uma política de remuneração de quem ganha e o que ganha”, deu como exemplo.
Além disso, o militante referiu que foram eliminadas as regras sobre a constituição de uma juventude e queixou-se ainda da falta de promoção de debate interno, de “atropelos de ingerência de poderes na eleição de alguns órgãos por outros órgãos” e de ser privilegiada a “propaganda e promoção de certas pessoas sem se conhecer o critério”.
“Ao nível das pessoas não existiu uma gestão eficaz da entrada dos novos membros, não foi promovido o conhecimento entre os membros. Se não nos conhecemos, como podemos reconhecer o mérito? Privilegiaram a propaganda de promoção de certas pessoas, e não se percebe qual o critério”, atirou.
Mas não foi caso único. O militante Rui Malheiro, que é também conselheiro nacional, lamentou que os membros da comissão executiva possam falar o tempo que quiserem na convenção, enquanto os restantes têm apenas dois minutos para intervir.
“O problema desta comissão executiva é isto: falam durante uma hora e meia, e os membros têm dois minutos. Falam mais do que ouvem“, apontou o liberal, citado pela rádio TSF.
“Temos realmente muitos problemas internos, e continuamos a tê-lo. Espero que em fevereiro, depois desta batalha das eleições, possamos olhar internamente para o partido”, defendeu ainda o militante, que diz não ter voz na escolha dos candidatos.